Dois jovens cristãos morreram e outros ficaram em estado grave durante ataque a tiros perpetrado por um grupo de 20 muçulmanos a uma comunidade cristã do Paquistão por ter irrigado os campos.

O ataque ocorreu depois de um confronto entre duas famílias sobre a irrigação de campos na área de Okara, informou Asia News.

Depois que um grupo de jovens cristãos irrigou o terreno, o grupo de muçulmanos começou a atirar com pistolas e fuzis. Yaqub Mukhtar e Haroon Mukhtar morreram na hora. Outros seis cristãos ficaram gravemente feridos e foram hospitalizados.

A comunidade cristã afetada exigiu justiça e proteção do governo. Uma das testemunhas do ataque, Indrias Mukhtar, disse que já foi feita uma primeira denúncia na qual alguns dos muçulmanos que participaram do tiroteio foram identificados e denunciados. Embora a polícia tenha registrado o caso contra 18 pessoas, até o momento apenas duas foram presas.

Asif Munawar, ativista de direitos humanos, visitou o local do tiroteio e compareceu ao funeral. Durante o encontro, ele expressou suas condolências às famílias do jovem morto.

“Precisamos de tolerância, fraternidade e diversidade em nossa sociedade”, disse ele. “A comunidade cristã está assustada e exige justiça. Pede ao governo do Paquistão maior proteção como minoria religiosa e que prendam os responsáveis o mais rápido possível”, acrescentou.

Mais de 95% dos paquistaneses são muçulmanos. Não é a primeira vez que muçulmanos atacam comunidades cristãs no Paquistão. Em maio deste ano, no povoado de Chak, perto de Okara, um grupo de muçulmanos invadiu casas de cristãos, destruindo móveis e propriedades e agredindo os habitantes com barras de ferro.

A violência ocorreu por causa de um desentendimento entre um pedestre muçulmano e meninos cristãos que limpavam a entrada de sua igreja.

De acordo com o último relatório de Liberdade Religiosa da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, junto com a China e a Índia, o Paquistão é um dos países mais populosos do mundo onde ocorrem graves violações da liberdade religiosa devido ao extremismo islâmico.

Entre elas estão detenções forçadas, acusações de blasfêmia puníveis com a morte, sequestros, conversões e casamentos forçados de menores de idade, ataques a igrejas, entre outros.

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