Bênção do arcebispo de Nápoles com o relicário de São Januário. Canal da Arquidiocese de Nápoles no YouTube.

O milagre da liquefação do sangue de São Januário, conservado em um relicário na catedral de Nápoles, na Itália, se repetiu ontem, 19 de setembro.

Pouco antes da missa das 10h da manhã, hora local, o arcebispo de Nápoles, dom Domenico Battaglia, que celebrava, levou o relicário com o sangue de São Januário da capela do tesouro até o altar maior da catedral, onde permaneceu durante toda a Eucaristia.

A missa contou com a participação de autoridades civis e religiosas, entre elas o arcebispo emérito de Nápoles, cardeal Crescenzo Sepe. Apenas 450 fiéis foram autorizados a ficar dentro da catedral por causa das medidas sanitárias de combate ao coronavírus.

Seguindo a tradição, no final da missa o arcebispo abençoou os fiéis com o medalhão do sangue de São Januário, incluindo os que estavam na parte de fora da catedral.

A liquefação do sangue de São Januário

A liquefação do sangue de São Januário é um fenômeno inexplicável que acontece três vezes por ano: no sábado anterior ao primeiro domingo de maio, por ocasião do translado dos restos mortais do santo a Nápoles; no dia da sua festa litúrgica, 19 de setembro; e em 16 de dezembro, aniversário da intercessão de São Januário para evitar os efeitos da erupção do vulcão Vesúvio, em 1631.

Em dezembro de 2016 o milagre não ocorreu, causando preocupação entre os fiéis. Quando o sangue do santo não se liquefaz, a interpretação comum é que algum desastre ocorrerá. Mas isso não sempre acontece.

O milagre nem sempre acontece da mesma maneira: às vezes, a liquefação demora várias horas, ou mesmo dias. Em 2018, o milagre aconteceu antes da missa. Em outras ocasiões, por motivos desconhecidos, o sangue não se liquefez.

O próprio papa Francisco foi testemunho do inexplicável fenômeno em março de 2015. Na ocasião, embora não fosse uma das três datas mencionadas, o sangue se liquefez diante dos olhos do pontífice. Foi um acontecimento extraordinário, como em 1848, quando o milagre ocorreu diante do papa Pio IX.

No entanto, o fenômeno não aconteceu nas visitas de são João Paulo II, em 1979, nem de Bento XVI, em 2007.

O martírio de São Januário

São Januário, padroeiro de Nápoles, foi bispo de Benevento.

Por volta do ano 305, durante a perseguição aos cristãos, tornou-se prisioneiro junto aos seus companheiros e foi submetido a terríveis torturas. Certo dia, ele e seus amigos foram lançados aos leões, mas as feras apenas rugiram sem se aproximar. Eles foram acusados de usar magia e condenados a morrer decapitados perto de Pozzuoli, onde também foram enterrados.

As relíquias de São Januário foram levadas a diferentes lugares até que, finalmente, chegaram a Nápoles em 1497.

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