O bispo Robert Barron criticou os capelães da Universidade Harvard por eleger um ateu como presidente de sua associação. “O que me incomoda”, escreveu Barron em um artigo de opinião publicado no jornal New York Post, “é a completa a abjeta rendição da parte dos supostos líderes religiosos de Harvard que escolheram esse homem.”

“Se um ateu professo conta como capelão _o que quer dizer, líder de serviços religiosos em uma capela_ então ‘religião’ de modo bastante óbvio vem a querer dizer absolutamente nada”, disse Barron, bispo auxiliar de Los Angeles e fundador de Word on Fire, mídia católica.  

Na semana passada o jornal The New York Times anunciou que Greg Epstein, capelão humanista ateu da Universidade Harvard, foi eleito por unanimidade como “capelão-chefe” dos capelães de Harvard, associação de mais de 40 capelães que atendem aos estudantes de várias denominações religiosas.

O Centro Católico de Harvard disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI, que o papel de Epstein como capelão facilitador é administrativo e não tem efeito sob o ministério da capelania católica em Harvard.

“Não há nenhuma influência além do fato de ele ter o título de presidente dos capelães de Harvarad e de ser o elo de ligação entre o grupo e o presidente de Harvard,” disse Nico Quesada, diretor de marketing e mídia do Centro Católico de Harvard, à CNA.

Epstein também reunirá os capelães da universidade quando tiverem questões a discutir, disse Quesada, e assim “representará todo o grupo, mas não representará sua própria opinião, se isso faz sentido.”

O Centro Católico de Harvard é a capelania dos estudantes católicos de Harvard, instalada na paróquia de São Paulo, em Cambridge, Massachusetts, perto da universidade. Ela conta com três padres como parte da associação de capelães.

Em seu artigo, Barron instou os capelães que elegeram um ateu para liderar sua associação a “mostrar um pouco de respeito próprio. Ser um capelão tem algo a ver com o culto a Deus _e vocês não deveriam se envergonhar disso.”

“Minha questão é que a relativização da doutrina levou, a passo constante ao longo de dois séculos, à situação de harvard hoje: até a mais elementar das doutrinas _a crença em Deus_ não importa. Alguém ainda pode ser, evidentemente, ser perfeitamente ‘religioso’ sem isso,” escreveu Barron.

Antes de sua eleição como presidente, Epstein foi vice-presidente da mesma associação de capelães. Ele é capelão humanista de Harvard desde 2005 e também atua como capelão humanista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês).

Durante a eleição presidencial de 2020 ele foi diretor da associação Humanistas por Biden que representava “humanistas, ateus, agnósticos e outros,” na campanha do atual presidente dos EUA, Joe Biden. Epstein é autor do livro “Good Without God: What a Billion Nonreligious People Do Believe” (Bom sem Deus: em que um bilhão de pessoas não-religiosas acreditam, em tradução livre).

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