O vigário-geral da diocese de Mamfe, em Camarões, monsenhor Julius Agbortoko Abbor, sequestrado na região anglófona do país no domingo 29 de agosto, foi libertado na quarta feira, 1º de setembro. Em declaração de hoje, o chanceler da diocese, padre Sebastine Sinju, disse que nenhum resgate foi pago e agradeceu as orações feitas pela libertação do padre Abbor.

“Depois de três dias de cativeiro, estamos alegres em anunciar que nosso irmão e pastor, monsenhor Julius Agbortoko Abbor, foi libertado sem nenhum resgate pago”, diz o documento obtido pela ACI Africa, do grupo ACI.

O padre Abbor havia sequestrado da casa do bispo emérito de Mamfe no fim da tarde do domingo.

Ao anunciar o sequestro, no dia 30 de agosto, o padre Sinju disse que “o vigário-geral, que passou o fim de semana em Kokobuma para uma visita pastoral e para a inauguração do presbitério da paróquia, chegou de carro na tarde do domingo, por volta das 18 hs. Trinta minutos depois de sua chegada, alguns jovens entraram no prédio do seminário maior e levaram monsenhor Julius Agbortoko a um lugar desconhecido.”

O chanceler da diocese de Mamfe disse que os sequestradores, que se identificaram como milicianos separatistas, “notaram a presença do vigário-geral que consideraram mais jovem e forte do que o frágil bispo emérito.”

Segundo o padre Sinju, os separatistas pediam um resgate de mais de 20 milhões de francos CFA (cerca de US$ 36 mil) para libertá-lo.

“Agradecemos a Deus pela libertação. Agradecemos a todos os que se juntaram a nós para rezar pela libertação incondicional e por nós mesmos nestes dias turbulentos”, disse o padre Sinjun em comunicado do dia 31 de agosto. “Agradecemos a todos os nossos padres, aos fiéis e à família biológica do padre pela firme fé em Deus. Agradecemos a assistência de todos os que se mostraram preocupados.”

O chanceler também elogiou o “monsenhor Julius Agbortoko Abbor por sua coragem e tenacidade nos últimos três dias.

Separatistas vêm atuando nas regiões de fala inglesa de Camarões, no sudoeste e no noroeste do país, desde 2016. Os separatistas armados da autoproclamada república de Ambazonia têm cometido sequestros e ataques nas regiões anglófonas.

Em maio, o padre Christopher Eboka, da diocese de Mamfe, foi sequestrado por separatistas e libertado dez dias depois. O padre Eboka disse à ACI Africa que as oportunidades que teve de celebrar missa durante seu cativeiro foram sua fonte de alegria.

Em novembro do ano passado, o cardeal Christian Tumi foi sequestrado pelos separatistas e liberado no dia seguinte.

Os separatistas também foram responsáveis pelo sequestro do bispo de Kumbo, dom George Nkuo, e do arcebispo emérito de Bamenda, dom Cornelius Fontem Esua, em junho de 2019.

Em seu comunicado de 31 de agosto, o padre Sinju pediu que todo o povo de Deus na diocese de Mamfe reze pela nação africana. “Enquanto rejubilamo-nos e agradecemos a Deus, juntemos nossas vozes e rezemos pela paz e pela justiça em nossa nação”.

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