A Conferência Episcopal Colombiana (CEC) considerou que recusar a vacina contra a covid-19 “sem uma argumentação razoável” poderia constituir “uma falta contra o bem comum”.

Em comunicado publicado em 30 de agosto, a conferência diz que a vacina contra covid-19 é “o meio mais eficiente para poder superar juntos a doença, o cristão deveria reconhecê-la como meio eficaz para praticar o mandamento do amor ao próximo”.

“Embora a vacinação, como todo tratamento farmacêutico, deva ser livre e voluntária, recusar esse ato solidário sem uma argumentação razoável, em consciência ou razão médica, constituiria uma falta contra o bem comum”, disseram eles.

Vacinas contra a covid-19 usaram, em sua produção ou teste, linhas celulares de tecidos obtidos de abortos realizados no século passado. As repercussões éticas e morais disso foram abordadas pela Santa Sé através da Congregação para a Doutrina da Fé. “Todas as vacinas reconhecidas como clinicamente seguras e eficazes podem ser utilizadas, com consciência certa de que o recurso a tais vacinas não significa uma cooperação formal com o aborto do qual foram obtidas as células com as quais as vacinas foram produzidas”, disse a congregação em documento de dezembro de 2020. “A vacinação deve ser voluntária”, determina o mesmo documento, “a vacinação não é moralmente obrigatória”.

Os bispos colombianos disseram que, “enquanto se mantenham as circunstâncias atuais de risco grave, para as pessoas de fé, é moralmente aceitável receber a vacina que esteja disponível, ainda que possa subsistir em certos casos algum questionamento ético a respeito de seu desenvolvimento e produção”.

Com cerca de 5 milhões de casos confirmados no país, a pandemia da covid-19 já matou mais de 124 mil pessoas na Colômbia. As autoridades estimam que atualmente há mais de 29 mil casos ativos.

O Plano Nacional de Vacinação pretende que 35 milhões de colombianos, cerca de 70% da população, estejam completamente vacinados até dezembro de 2021. Até 28 de agosto, mais de 14,6 milhões de colombianos completaram as doses necessárias para a imunização.

“Por isso, os bispos católicos da Colômbia convidam todos os fiéis a continuar cooperando, cada um segundo suas possibilidades e com os meios ao seu alcance, na resolução da atual crise sanitária, que afeta tudo”, acrescentaram.

Além disso, incentivaram os fiéis colombianos a “cooperar na solução da crise gerando confiança, que é o principal fator de coesão social”.

Ao finalizar seu comunicado, os bispos reiteraram seu chamado “a todos os fiéis católicos que ainda não o fizeram a que, contando com a orientação do próprio médico, considerem de maneira responsável a opção pela vacinação e ajudem a que outros também o façam”.

Confira também: