A agência de ajuda humanitária católica Catholic Relief Services (CRS), que conta com pessoal em diferentes pontos do Haiti após o terremoto de 7,2 na escala Richter, no sábado, afirmou que é “muito possível” que a ilha “precise de mais ajuda do que nunca”.

Em comunicado enviado à ACI Prensa em 15 de agosto, o CRS, serviço de caridade criado pelos bispos dos Estados Unidos, afirmou que muitas pessoas perderam suas casas e que, por esse motivo, estão enviando equipamentos para fornecer água potável, alimento, saneamento básico, abrigo e suprimentos de emergência.

“O Haiti pode precisar de mais ajuda do que nunca”, disse Akim Kikonda, representante da CRS no Haiti.

“Antes do terremoto, as pessoas aqui já estavam lutando para sobreviver. A área estava lentamente se recuperando da devastação causada pelo furacão Matthew em 2016, porém, a seca e duas tempestades tropicais recentes destruíram, em grande parte, os poucos meios de sustento que as pessoas puderam restaurar. Depois do terremoto do sábado, tudo vai piorar”, explicou Kikonda.

Segundo o relatório do CRS, o pessoal localizado em Les Cayes, terceira maior cidade do Haiti, informou sobre danos generalizados em edifícios e casas, incluindo a casa dos bispos, onde o cardeal Chibly Langlois ficou ferido e três pessoas morreram: um sacerdote e dois empregados.

Os hospitais em Les Cayes já não têm capacidade para receber mais pessoas e a estrada principal, que conecta com a cidade de Jérémie, está intransitável por causa dos deslizamentos de terra e das rachaduras na estrada.

“Fica claro para nós que muitas pessoas perderam suas casas e precisam urgentemente de um lugar seguro para ficar e de comida”, disse Kikonda.

Ele acrescentou que “a água e os materiais básicos de higiene, como o sabão, serão essenciais para manter sob controle a propagação da covid-19 e prevenir o aparecimento de doenças transmitidas pela água, como o cólera”.

O CRS lamentou que o sismo do sábado, 14 de agosto, tenha ocorrido imediatamente após várias crises consecutivas, incluindo a pandemia da covid-19, da instabilidade econômica e política após o assassinato do presidente Jovenel Moïse, do aumento da fome e da violência das gangues.

A agência humanitária lembrou da tempestade tropical Grace, que atualmente se dirige ao Haiti, “com uma chegada a terra projetada para a terça-feira, que poderia afetar as mesmas zonas atingidas pelo terremoto”.

“Os haitianos são muito resilientes. Toda vez que algo acontece aqui, fico impressionado com a forma como eles se mantêm firmes e enfrentam o desafio com tanta dignidade, mas este terremoto irá testá-los e o mundo vai se solidarizar com eles e ajudá-los a sobreviver nesta situação”, concluiu Kikonda.

Atualmente, o CRS lançou uma página de doação on-line e convidou “a nos unirmos como Igreja em oração e ajudar com nossas doações”.

A ajuda pode ser feita através do seguinte link: https://support.crs.org/dona/emergencia-terremoto-en-haiti

No sábado, 14 de agosto, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) expressou seu pesar pela notícia de um terremoto massivo que atingiu novamente o Haiti.

“Em nome dos Bispos dos Estados Unidos, desejo expressar minhas mais sinceras orações pelo povo do Haiti que está de luto pela perda de seus entes queridos e está sofrendo a destruição causada pelo terremoto que ocorreu esta manhã”, afirma um comunicado emitido pelo arcebispo de Los Angeles e presidente da USCCB, dom José Gomez.

Dom Gomez disse que os bispos estão oferecendo orações pelo cardeal Launay Saturné, bem como por “todos aqueles que servem incansavelmente as comunidades de fé no Haiti”.

“Solidarizamo-nos com a Igreja no Haiti ao oferecer nossas orações, de uma maneira particular neste fim de semana ao celebrar a Solenidade da Assunção da Santíssima Virgem”, disse Gómez.

Finalmente, o arcebispo de Los Angeles disse que todos os católicos, ou qualquer pessoa de boa vontade que deseje apoiar os esforços de auxílio ao Haiti, devem se comunicar com o Catholic Relief Services.

“Estou grato a todos aqueles que podem apoiar os esforços de ajuda aos nossos irmãos e irmãs no Haiti”, disse ele.

Em 2010, o Haiti sofreu uma situação parecida após o terremoto de magnitude 7.0 nos arredores da capital do país, Porto Príncipe. Mais de 300 mil pessoas morreram e outros 1,3 milhões perderam suas casas.

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