O papa Francisco disse que os comunicadores cristãos “devem estar na linha de frente” na construção de pontes e diálogos, em mensagem aos participantes do 12º Mutirão de Comunicação (Muticom), promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento aconteceu nos dias 23 e 24 de julho, com o tema “Por uma comunicação integral: o humano nos novos ecossistemas”.

A mensagem do papa, assinada pelo secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, foi lida pelo presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, durante a abertura do Muticom. No texto, o pontífice dirigiu “uma palavra de encorajamento para todos os participantes deste encontro que pretende encontrar novos caminhos para a promoção da ‘valorização do humano na comunicação’”.

“De fato, os cristãos são chamados a ser um sinal de esperança e solidariedade na sociedade brasileira tão atingida pela atual pandemia, inspirados pela fé e com a confiança de que o Senhor Ressuscitado acompanha os seus discípulos até o fim dos tempos”, disse o papa, para quem “ser sinal de esperança” significa “ser instrumento de unidade”.

Francisco afirmou que “os comunicadores cristãos – jornalistas, publicitários, relações públicas, agentes de pastoral, professores e estudantes, pesquisadores, profissionais de comunicação – devem estar na linha frente da promoção de uma comunicação que constrói pontes, que busca o diálogo e supera as aporias ideológicas”.

O Muticom 2021 aconteceu de forma on-line por causa das restrições impostas como medida de combate à pandemia de covid-19. Segundo os organizadores, participaram mais de 5 mil pessoas.

O tema principal, “Por uma comunicação integral: o humano nos novos ecossistemas”, foi abordado pelo doutor Massimo di Felice, da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Entre os aspectos sobre os quais falou estavam o não protagonismo dos humanos e também a evolução de conectividade. Segundo ele, atualmente, com a internet 2.0, 70% da comunicação que circula pelas redes não é produzida por seres humanos, mas por algoritmos, organizados pelas big datas, empresas como Google, entre outras.

Nessa linha, no sábado, 24, o jornalista e doutor em Ciências da Comunicação Moisés Sbardelotto falou sobre a “Era do onlife: real e virtual se (com)fundem. Também na Igreja?”. Segundo ele, “a conectividade se tornou uma dimensão existencial” e, por isso, o digital também deve ser pensado como um “ambiente de encontro com o Senhor”. Para Sbardelotto, o comunicador cristão deve “levar em conta quem está do outro lado da tela, dialogar com essas pessoas, entender quem elas são, quais suas necessidades, quais são seus sofrimentos, quais sãos as suas alegrias”. Com isso, disse, promove “uma comunicação interpessoal, pessoa a pessoa na presença da Pessoa com maiúsculo, que é Jesus”.

O 12º Muticom contou ainda com outras palestras e mesas redondas sobre a temática da comunicação e as mídias, além de momentos culturais e de espiritualidade. Ao término do evento, foram apresentados os finalistas de cada categoria dos Prêmios de Comunicação da CNBB.

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