A conferência episcopal do México disse que a liberação do aborto no Estado de Veracruz “se trata de uma grave injustiça que permite cometer um mal inaceitável contra outro ser humano na sua fase mais vulnerável, quando exige maior proteção juntamente com a sua mãe”. Em comunicado publicado no dia 21 de julho na página da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), dom Jesus José Herrera Quiñones, responsável pela Dimensão Episcopal da Pastoral para a Vida, afirmou que os bispos veem “com pena que alguns legisladores não prestem atenção aos motivos que levam uma mãe grávida a considerar o aborto. O aborto não resolve nenhum dos problemas das mães gestantes e só as torna mães de um filho morto”.

No dia 20 de julho, o congresso de Veracruz aprovou a liberação do aborto a pedido até as 12 semanas de gestação, através de uma série de reformas no Código Penal estatal propostas pelo Morena, partido do presidente Manuel López Obrador.

Os bispos das oito dioceses de Veracruz emitiram uma declaração lamentando que “o Congresso do Estado esteja à mercê das tendências ideológicas que buscam impor o aborto”.

“Com imposições ideológicas e leis de morte como esta, ao invés de tirarem um peso de cima de um povo duramente castigado pela pandemia, colocam uma carga sobre seus ombros ferindo-o em seu ser mais profundo, em sua essência, em sua identidade, em suas convicções e valores: em sua própria espiritualidade”, expressaram.

Os bispos mexicanos lamentaram que “diante dos evidentes e irrefutáveis dados científicos que reconhecem a maravilha e a beleza da vida desde o momento da união do óvulo e do espermatozoide, os promotores do aborto se refugiam em uma ideologia que nega as evidências científicas e despreza a realidade da vida humana”.

“A despenalização do aborto prejudica, em sua essência, o tecido social enviando uma mensagem prejudicial às próprias mulheres, às crianças e aos jovens de que é possível instrumentalizar e descartar a vida por qualquer motivo”, acrescentaram.

“Estamos certos de que as famílias, os professores, os médicos e todos os que servem dignamente à vida mostrarão seu desprezo e sua rejeição a esta lei de morte, que enche de luto o nosso povo, e farão valer o direito humano à objeção de consciência, para que nunca se prestem nem sejam obrigados a realizar atos que vão contra as suas convicções e a sua própria consciência”.

Os bispos de Veracruz exortaram ainda os fiéis a “continuar trabalhando a favor da vida, a favor do bem-estar integral da família veracruzana, a favor de uma educação sexual integral e a favor de uma saúde materno-infantil verdadeiramente plena e integral”.

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