A prisão de jovens cubanos vinculados a paróquias, movimentos democráticos e meios de comunicação depois dos protestos pela liberdade em Cuba, iniciados no dia 11 de julho, está sendo denunciada nas redes sociais.

Em declarações à ACI Prensa, Osvaldo Gallardo, leigo católico de Camagüey que atualmente mora em Miami, afirmou: “Agora eles estão buscando a informação compartilhada nas redes e isso está afetando, sobretudo, os jovens católicos. São os casos mais visíveis. Eles estão sendo presos após uma semana”.

O objetivo do governo cubano é cortar os canais de comunicação da população com o estrangeiro. A ditadura vem reprimindo e indo até as casas das pessoas que estão denunciando as prisões e repressões do regime através das redes sociais, além de continuar com as detenções daqueles que participaram dos protestos.

Uma das denúncias mais recentes foi sobre a detenção, em 16 de julho, das primas Isabel María Amador Pardías e Karem del Pilar Refeca Remón, em Bayamo, no sul de Cuba. Elas participam da pastoral juvenil da cidade e foram tiradas das suas casas por agentes do governo.

Isabel Amador é também correspondente da Rede Católica Juvenil Cubana (RCJ).

Também foram detidos Serguis González Pérez, filho do diácono Sergio González, da igreja de São Nicolau de Bari, em Mayabeque, e Evelio Bacaro, tesoureiro e organista da mesma igreja. Bacaro está preso desde o domingo 11, provavelmente no Departamento Técnico Investigativo (DTI) de São José de las Lajas.

Eduardo Cardet, coordenador nacional do Movimento Cristão Libertação, também denunciou a prisão de Jonathan E Porto Dilut, de 24 anos, membro do MCL preso em Palma Soriano, na quinta-feira, dia 15 de julho. “Agora o regime está realizando prisões em massa em todo o país dos supostos participantes dos protestos”, disse ontem à ACI Prensa.

Desde o início dos protestos, foram presos Henry Constantín Ferreiro, diretor da revista La Hora de Cuba, a fotógrafa Iris Mariño e Neife Rigau, da pastoral da juventude de Camagüey e desenhadora gráfica da revista.

La Hora de Cuba informou que os três estão presos na Segunda Unidade da Polícia Nacional Revolucionária (PNR) e que foram transferidos, na sexta-feira, para a Unidade Técnica Investigativa do Ministério do Interior, em Camagüey. Segundo a mídia local, o local é famoso “pelos seus métodos de maior severidade nos interrogatórios e nas pesquisas informativas”.

A revista também informou que, na quinta-feira, “o prazo de 96 horas dado pelo Tribunal Provincial para responder ao caso expirou. No entanto, fomos informados de que o caso dos três passou para a Promotoria, o que significa um período de 72 horas para emitir uma acusação formal e poder contratar um advogado”.

Na quinta-feira passada, o Comitê contra o Desaparecimento Forçado das Nações Unidas entregou ao representante permanente de Cuba ante a ONU o pedido de uma “ação urgente relativa ao alegado desaparecimento forçado de 187 pessoas”, além de uma queixa apresentada pela ONG Prisoners Defenders. No entanto, o número de detidos é considerado incerto.

ACI Prensa teve acesso a uma lista de mais de 400 nomes de cubanos, muitos deles supostamente detidos ou de paradeiro ainda seria conhecido por suas famílias.

Entre os nomes estão Maria de Fátima Victores Amador, Mario Olvia Cisneros, Maydelisa Labrada, Mayra Taquechel, Luis Yordan Carranza Pérez, Maike Gallardo, Oscar Castro Moncada, entre outros.

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