A irmã Francine, da Congregação das Filhas da Ressurreição, foi sequestrada na última quinta-feira, 7 de julho, em Goma, na região de Kivu, na República Democrática do Congo. Os sequestradores, que ainda não foram identificados, entraram em contato com a Igreja local exigindo o pagamento de resgate.

Segundo a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), irmã Francine tinha ido ao mercado fazer compras na quinta-feira e não voltou para a comunidade. Embora os sequestradores tenham entrado em contato para pedir o resgate, ainda não está claro se são  bandidos ou um grupo ligado a rebeldes que lutam na área de Kivu.

A Congregação das Filhas da Ressurreição pediu, por meio da ACN, que todos rezem pela libertação de irmã Francine. A ordem religiosa africana já foi afetada em outras ocasiões pela violência, tendo sido forçada a fechar vários conventos. Cinco irmãs foram mortas com extrema violência em Busasamana, em Ruanda, em janeiro de 1998.

As províncias orientais do Congo enfrentam há anos a atuação de milícias. Segundo ACN, o país vive um contexto de conflitos étnicos, deslocamento demográfico e luta por acesso a matérias-primas. Nos últimos anos, somou-se a isso um poderoso elemento islâmico radical.

No ano passado, os bispos da província eclesiástica de Bukavu, composta por seis dioceses, alertaram sobre essas condições e também advertiram para não se fazer interpretações simples da situação. “Nós [somos] da opinião de que a luta dentro das comunidades em nível nacional está possivelmente sendo usada como pretexto para esconder uma conspiração entre atores internos e externos para obscurecer a exploração implacável dos recursos naturais (mineração, petróleo, floresta, terra)”, disseram.

O bispo de Butembo-Beni, dom Paluku Sekuli Melchisédech, denunciou graves violações dos direitos humanos que estão sendo realizadas por milicianos saqueadores e criminosos. “Grupos armados estão destruindo escolas e hospitais. Professores e alunos são mortos. Eles matam até os doentes deitados em seus leitos. Não passa um dia sem que as pessoas sejam mortas”, disse há algumas semanas à ACN.

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