O grupo pró-vida britânico Right to Life UK (Direito à Vida Reino Unido) informou, na segunda-feira, 5 de julho, que a deputada trabalhista, Diana Johnson, decidiu não propor a emenda que permitiria o aborto até o nascimento no Reino Unido. Para a porta-voz da Right To Life UK, Catherine Robinson, “essa é uma grande vitória”. A emenda teria eliminado todas as salvaguardas legais atuais relativas ao aborto, “muitas das quais protegem as mulheres”, comentou Robinson.

Se aprovada a emenda “teria deixado a Inglaterra e Gales com uma das leis de aborto mais radicais do mundo”, acrescentou Robinson.

Dom John Sherrington, responsável pelos assuntos pró-vida da conferência episcopal da inglaterra e Gales, disse ao jornal Tablet, em 6 de julho, que acolhia “com satisfação o fato de que a emenda radical, que estava fora do alcance do projeto de lei, tenha sido retirada”. “Essa emenda teria eliminado as poucas proteções que restavam para o feto e teria permitido o aborto voluntário, além de eliminar a possibilidade da objeção de consciência dos médicos”, comentou o bispo. O bispo se referiu a outra emenda

Na mesma segunda-feira, 5 de julho, a deputada Rupa Huq decidiu não submeter uma emenda que puniria com até dois anos de prisão, pessoas que oferecessem alternativas às mulheres do lado de fora das clínicas de aborto.

“Devemos estar atentos às tentativas de ampliar o acesso ao aborto, sequestrando outros projetos de lei”, disse dom Sherrington, que é também bispo auxiliar de Westminster.

Mais de 800 profissionais médicos assinaram uma carta aberta pedindo a Johnson a retirada da emenda que liberaria o aborto.

“Como profissionais da saúde, quando necessário, somos responsáveis pelo cuidado tanto das mulheres como dos seus bebês durante a gravidez e o parto. Seria muito difícil para nós trabalhar em um serviço de saúde onde as vidas desses bebês poderiam terminar por qualquer motivo até o nascimento e onde as atuais salvaguardas legais em torno do aborto, muitas das quais estão aí para proteger as mulheres, fossem eliminadas”, afirmaram eles.

Depois da alteração ter sido apresentada, Right To Life UK pediu aos seus apoiadores que insistissem com seus deputados para que votassem contra o texto, que tornaria supérflua a Lei do Aborto de 1967. Após a aprovação dessa lei, o aborto foi permitido até as 28 semanas. Em 1990, o limite de tempo foi reduzido para 24 semanas, a menos que exista um “risco substancial” de deficiência.

Um número recorde de abortos ocorreu na Inglaterra e no País de Gales em 2020, segundo estatísticas publicadas em junho. Houve 210.860 abortos, o número mais alto desde a introdução da Lei do Aborto de 1967. As estatísticas publicadas pelo Departamento de Saúde e Assistência Social mostraram que em 2020 foram realizados 3.083 abortos por motivos de deficiência.

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