O Foro Espanhol da Família (FEF), que reuniu em junho mais de um milhão de manifestantes contra o "matrimônio" homossexual na Espanha, convocou uma manifestação para o dia 12 de novembro contra a tentativa de imposição do Governo da Lei de Educação Orgânica (LOE) que diversos setores chamaram de inconstitucional, sem consenso social e atentatória dos direitos fundamentais.

"O Foro anima a todos seus sócios e simpatizantes a unir-se a esta manifestação e explica os motivos que lhe levam a sair à rua contra o sistema educativo implantado pelo Governo", assinala através de uma convocação pela imprensa.

Meio milhão, inclusive muçulmanos

Por outro lado, o Presidente da Confederação Católica Nacional de Pais de Alunos (CONCAPA), Luis Carbonel estimou que a "Manifestação pela Liberdade de Educação" a realizar-se em Madri, poderia superar o meio milhão de participantes de diversas tendências e realidades sociais, políticas e religiosas.

Em uma entrevista publicada pelo jornal La Razón, Carbonel destacou que a marcha não é organizada "nem pelo Partido Popular (PP), nem pela Igreja", embora agradeçam seu apoio. "Estamos chamando a toda a sociedade, crentes e não crentes, a participar para exigir qualidade educativa para todos". De fato, o presidente do CONCAPA afirmou que já há várias organizações islâmicas inscritas para participar.

No diálogo com o jornal espanhol, Carbonel justificou a importância da manifestação em que a questionada lei do Governo "não acaba com o fracasso escolar" e transgride o direito dos pais "de escolher a educação que querem para seus filhos", tal e como o contempla a Constituição.

Sobre as expectativas de assistência, o Presidente expressou sua esperança em "superar com acréscimo o meio milhão de pessoas" e com isso dar "um aviso sério para que Zapatero aprenda a servir a sociedade em lugar de servir-se dela".

Depois de qualificar de "nefasta" a lei que se debaterá em breve no Congresso dos Deputados e o Senado depois que o Conselho de ministros o aprovou sumariamente sem diálogo com os setores mais representativos da sociedade, Carbonel lamentou que o Presidente do Executivo não tenha recebido os pais de família "apesar de contar com mais de três milhões de assinaturas".

Finalmente, perguntado sobre o fato de que no projeto legislativo a disciplina de Religião seja "não computável" e sim a nova disciplina de Educação para a Cidadania, Carbonel indicou que "não só não se leva em conta o direito a educar, mas também se impõe um modelo. Esta matéria pode ensinar coisas opostas ao que se acostuma em casa, o qual é um intervencionismo próprio de regimes já esquecidos".