O sacerdote espanhol Patxi Bronchalo criticou, através do Twitter, o padre marianista Daniel Pajuelo, co-fundador da plataforma de evangelização digital iMision, por usar uma imagem de São Pedro e São Paulo como “aceno" à homossexualidade.

O padre Pajuelo expressou-se favorável à celebração do “orgulho” gay ao publicar, no dia 28 de junho, a imagem de um coração com as cores da bandeira LGBT+ e a mensagem: “A diversidade é um dom, não uma ameaça”.

No dia seguinte, na solenidade dos santos Pedro e Paulo, o padre Pajuelo compartilhou um ícone de ambos os santos abraçados. Muitos católicos interpretaram a publicação como uma tentativa de insinuação da homossexualidade.

O Catecismo da Igreja Católica diz (nos artigos 2.357, 2.358 e 2.359) que, apoiada na Sagrada Escritura, a Tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados”, “não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual” e “não podem, em caso algum, ser aprovados”. A homossexualidade como tendência é “objetivamente desordenada”. Aqueles que sentem atração por pessoas do mesmo sexo “devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta”.

Para o padre Patxi Bronchalo, “é ofensivo ver dois mártires da fé, que deram a vida, sendo usados com fins ideológicos, ajudando a ideologia LGTB. Não nos enganemos. Irmãos sacerdotes que defendem essa ideologia: temo que estão sendo usados”.

O padre Bronchalo fez uma extensa reflexão através de um thread no Twitter aclarando a confusão causada pelo padre Pajuelo, conhecido nas redes sociais como @smdani. Ele lamentou que a publicação do co-fundador da iMision tenha “ofendido a muitos” dos seus seguidores.

No Twitter, ele disse que “as coisas não acontecem por acaso, há sempre uma intenção oculta por trás do coração”. “Só Deus pode julgar essas intenções ocultas que há em nós, nós somos chamados a purificá-las, a converter-nos à sua Palavra”, continuou.

“Qual é a intenção do coração de @smdani quando ele escreve? Não esperem que eu a julgue. Mas sim, digo que essa foto hoje não é coincidência”, acrescentou.

O padre Bronchalo afirmou que a imagem compartilhada pelo padre Pajuelo “mostra uma representação clássica dos apóstolos Pedro e Paulo, no dia de sua festa, dia que coincide com a semana do orgulho”.

“Com a imagem, se envia uma mensagem enigmática de aceno à homossexualidade”, criticou.

Para o padre Bronchalo, “colocar esta imagem hoje, com todas as polêmicas que há, não é casual”.

“Foi um mês de polêmicas”, afirmou, referindo-se a “alguns vídeos de Dani manifestando uma aproximação às pessoas com atração a outras do mesmo sexo”. Esses vídeos, disse, “dizendo algumas coisas verdadeiras, seguem uma linha de confusão e de omissão de muitas coisas”.

“Sei que muitas pessoas foram confundidas ou feridas”, lamentou. E disse que “várias pessoas homossexuais que eu acompanho, que passaram por autênticos infernos devido ao seu estilo de vida, me escreveram dizendo que essa linha pode lançar muitos a um sofrimento maior. Tal como me dizem”.

O padre Bronchalo recordou que São Pedro e São Paulo “morreram mártires da fé em Roma”.

“A tradição recebida dos Padres da Igreja nos diz que Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo por não se considerar digno de morrer como Jesus. Por isso, a cruz invertida é um símbolo do papado, mais que um signo satânico”, disse.

“Sabemos pelos Atos dos Apóstolos que São Paulo esteve preso em Roma. Os Padres da Igreja dizem que ele morreu decapitado”, afirmou.

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“Pedro e Paulo deram sua vida por Deus, pelos irmãos e pelos inimigos e perseguidores” e “são frequentemente representados abraçados, são irmãos e amigos. Uma imagem que nunca teve nenhuma conotação homossexual”, explicou o sacerdote. Mas isso foi “até hoje, que foi usada no tweet de Dani acima para parabenizar sua festa no meio das polêmicas pelos vídeos na semana do Orgulho”.

“Repito, não serei eu a julgar a intenção do coração, mas direi que não é adequado usar dois santos apóstolos para sugerir a justificação das uniões homossexuais dentro da Igreja”, explicou.

Muitas pessoas de bem, lamentou, olham “com confusão essa defesa ideológica que alguns pastores fazem do LGTBI”. Elas “acompanham com dor os tweets como esses, que manipulam e confundem a história e a vida da Igreja. Nós, pastores, podemos fazer muito bem, mas também podemos fazer muito mal. Eu, com todo o respeito, Dani, peço a você que o apague”, afirmou.

“E creia-me que a minha oração por você e por todos os padres que estamos aqui é sincera”, disse.

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