É "muito provável" que o papa Francisco participe no encontro "Fé e Ciência: Rumo à COP 26" em outubro no Vaticano, disse o Arcebispo Paul Richard Galagher, encarregado da Santa Sé para a relação com os Estados. Seria "surpreendente se ele não participasse", disse Galagher em uma coletiva de imprensa sobre o encontro na quinta-feira, 17 de junho. Galagher disse não estar descartada a presença do papa também na própria Conferência das Nações Unidas de Mudança Climática, em Glasgow, na Escócia, de 1 a 12 de novembro.

O evento no Vaticano será no dia de São Francisco, 4 de outubro e reunirá 40 líderes religiosos e 10 cientistas para debater o tema das alterações climáticas e “a contribuição das religiões na preservação da casa comum”.

O encontro será organizado pelas embaixadas da Itália e do Reino Unido junto à Santa Sé, na qualidade de representantes dos presidentes rotativos do G20 e do G7, que também terá um evento subsequente sobre alterações climáticas a ser realizado na África.

O arcebispo Galagher disse que o interesse do papa pelas questões ambientais se tornou "tangível com a publicação da encíclica Laudato Si ", que suscitou "uma enorme resposta dos movimentos católicos em todo o mundo".

“Devemos - disse Dom Gallagher - responder a todas as inquietudes do mundo, e é justo que as pessoas de fé tenham uma contribuição particular a dar”. Para ele, “a questão do clima representa uma boa oportunidade para trabalhar juntos e é revigorada pelos desenvolvimentos do ensinamento do Papa sobre a fraternidade humana".

“Precisamos de decisões corajosas, para não deixar um mundo de conflitos nas grandes questões, como aconteceu com a migração”, sublinhou o Arcebispo.

Sally Axworthy, embaixadora do Reino Unido junto à Santa Sé, destacou “a obrigação moral de proteger o planeta e as pessoas afetadas pelas crises climáticas, em particular povos indígenas, Estados em desenvolvimento em pequenas ilhas e nações menos desenvolvidas”.

Pietro Sebastiani, embaixador da Itália junto à Santa Sé, sublinhou que “os líderes religiosos já desempenharam um papel fundamental no passado na criação das condições para o sucesso da COP21 em Paris em 2015 e muitos deles se referiram repetidamente à responsabilidade compartilhada de pessoas de fé para cuidar de toda a Criação”.

“O evento de 4 de outubro terá como objetivos - diz o embaixador - ilustrar o dever comum de enfrentar as mudanças climáticas, a ambição crescente em relação ao encontro de Paris”, assim como destacar o papel das religiões em “liderar o caminho” e incentivar os fiéis a contribuir pessoalmente para a proteção do meio ambiente e em particular para a desaceleração do aumento da temperatura global do Planeta”.

A lista de Estados e confissões religiosas representados na reunião de 4 de outubro ainda não foi anunciada.

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