A capela de Nossa Senhora das Dores, em Campos dos Goytacazes (RJ) teve seu sacrário arrombado e as hóstias guardadas nele foram espalhadas, no sábado dia 5 de junho. Foi a segunda vez em duas semanas que a capela é invadida e vandalizada. Para o bispo local, dom Roberto Francisco Ferrería Paz, trata-se de “um ato sério de intolerância religiosa”.

A capela de Nossa Senhora das Dores fica na localidade de Martins Laje, próxima à BR-356, no trecho que liga as cidades de Campos e São João da Barra, e pertence à Quase-Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Segundo o administrador paroquial, padre Elênio de Barros Abreu, a invasão foi registrada no sábado, 5 de junho, por um grupo de fiéis.

Os invasores quebraram duas portas que dão acesso à igreja, atacaram o sacrário e levaram a âmbula, mas despejaram as reservas Eucarísticas, hóstias previamente consagradas, sobre a bancada do tabernáculo. Padre Elênio afirmou que os fiéis ficaram “muito sentidos” pela “frieza” como “tem atuado a marginalidade”, mas sobretudo “por terem violado o sacrário, que consideramos nosso maior tesouro”.

O bispo de Campos, dom Roberto Ferrería Paz, lamentou o fato e afirmou que “a leitura não é simplesmente um roubo, mas o atentado à liberdade religiosa, à fé cristã”. “Isso é uma lástima, pois configura não só rasgar a Constituição, com as garantias da liberdade religiosa, das liturgias, mas ofende. É necessária uma reação, não é um fato de uma mera ocorrência, de boletim policial, mas onde a Secretaria de Direitos Humanos possa agir para dar um basta a este tipo de depredação de templos, que configura um ato sério de intolerância religiosa”, afirmou.

A capela de Nossa Senhora das Dores já havia sido invadida anteriormente. Segundo o padre Elênio, naquela ocasião, foram roubados fios de cobre dos fundos da igreja.

Segundo a diocese de Campos, esse foi o 13º arrombamento de capela registrado em seu território nos últimos dois anos. Um caso recente aconteceu em fevereiro, na capela de Santo Amaro, distrito de Tocos, na baixada campista. Os suspeitos profanaram a capela do Santíssimo Sacramento, retiraram o sacrário do lugar e levaram a âmbula contendo as hóstias. Naquela ocasião, dom Ferrería Paz também afirmou que este ato “transcende o roubo ou furto, para se tratar de um sacrilégio, uma profanação”.

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