Durante as manifestações de sábado, 29 de maio, em Teresina (PI), uma mulher ficou nua em frente à igreja de São Benedito. O ato gerou repúdio por parte da Arquidiocese de Teresina e outras entidades, que afirmaram que a liberdade de expressão deve ter “limites éticos, morais e legais”.

A manifestação ocorrida na capital piauiense se somou a diversas outras realizadas pelo Brasil contra o governo de Jair Bolsonaro, em 29 de maio, organizadas por movimentos populares, estudantis e sindicais.

Em Teresina, os manifestantes saíram da praça Rio Branco, no centro, e seguiram até a escadaria da Igreja São Benedito, onde foi o encerramento. Ao final do ato, uma mulher ficou nua, amarrada e com uma fruta na boca, deitada sobre uma mesa, em frente ao templo católico com os dizeres: “Estamos no cardápio do governo, mas não seremos engolidos facilmente”.

Segundo o site piauiense de notícias OitoMeia não se conhece a identidade da mulher nua. Os organizadores da manifestação negaram ao site que a iniciativa do ato da mulher tenha partido de algum de seus grupos.

Em nota, a Arquidiocese de Teresina repudiou “veementemente” o ato em que “uma mulher despida, com os pés e mãos amarrados foi colocada em uma mesa em frente ao Templo Sagrado”. Afirmou também que “o desrespeito aos templos religiosos não configura uma manifestação democrática”.

“A Igreja apoia e defende a liberdade de expressão, mas os direitos de se expressar não significa dizer que não haja a imposição de limites éticos, morais e legais. A comunidade católica sente-se ofendida e triste com este ato de desrespeito”, disse.

Também a Comissão de Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil de Piauí (OAB-PI) emitiu uma nota de repúdio e afirmou ser “inaceitável” se deparar com manifestações como esta, “afrontando a crença católica (ou qualquer outra crença) e menosprezando o sexo feminino”.

“A exibição de uma mulher nua no adro da Igreja não pode ser vista como normal ou apenas como o exercício de liberdade de expressão, pois o direito de se expressar não indica que não haja imposição de limites éticos, morais e legais, bem como não deve significar a liberdade absoluta para se fazer o que quiser e afrontar a liberdade de credo e crença, sejam elas de qual natureza for”, afirma a OAB-PI.

Em seguida, expressa solidariedade à Igreja Católica e às mulheres piauienses e afirma que “sempre será contrária às práticas abomináveis de ódio religioso e de menoscabo ao sexo feminino, enfileirando-se em defesa dos direitos constitucionalmente resguardados”.

ACI Digital tentou contato com os organizadores da manifestação, mas não foi atendida até a publicação desta matéria.

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