A Fundação Más Vida denunciou na justiça argentina o aborto de um bebê com 25 semanas de gestação que teria ocorrido no Hospital Universitário Saavedra, do Centro de Educação Médica e Pesquisas Clínicas (CEMIC). A fundação entrou com a denúncia na Câmara Criminal e Correcional Nacional após receber uma denúncia anônima, em 28 de março.

Em nota divulgada neste 25 de maio, Más Vida citou ainda um agravante. “O motivo pelo qual este crime foi cometido incluía uma raiz eugênica e profundamente discriminatória, já que o bebê era perfeitamente saudável, mas com uma condição específica: uma de suas mãozinhas estava faltando”, diz a nota.

Segundo Más Vida o caso não se enquadra na lei 27.610 sobre o aborto, “já que o nascituro também teria 25 semanas de gestação na época do seu aniquilamento, pouco mais de 6 meses de vida, e não foi produto de violação, enquadrando-se perfeitamente nas punições estabelecidas pelo código penal vigente”. A lei do aborto aprovada na Argentina em 30 de dezembro de 2020 permite acesso ao aborto até a 14ª semana de gestação, sem estabelecer nenhuma causa. Fora desse período, o aborto pode ser realizado se a gravidez for causada por estupro ou “se a vida ou a saúde integral da gestante estiver em perigo”.

O caso foi acatado pelo Ministério Público, “mas até o momento não houve resolução em relação aos acusados, entre os quais está o ginecologista Gabriel Crimi, chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, onde a prática ilegal teria sido realizada”, disse Más Vida.

Por meio de um vídeo, o presidente do Más Vida, Raúl Magnasco, afirmou que “em um país onde se proclama a inclusão de crianças com deficiência, exigimos a investigação e a imediata condenação dos culpados”.

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