Os bispos da Colômbia dirigiram um comunicado ao Comitê da Greve Nacional e ao governo colombiano incentivando o caminho do diálogo, com o objetivo de parar a onda de protestos iniciados no dia 28 de abril e que deixou, até agora, ao menos 45 mortos. Em uma nota publicada em 23 de maio, os bispos animaram as partes implicadas “a acreditar e perseverar no caminho do diálogo, embora às vezes as posições sejam tensas e aparentemente inconciliáveis”.

A Igreja acompanha o diálogo entre o governo e os integrantes do Comitê da Greve Nacional, formado por organizações de esquerda, que iniciou as paralizações no dia 28 de abril.

A situação é mais tensa no sudoeste do país, nas regiões de Cali, Popayán e Buenaventura, onde se encontra o porto colombiano mais importante no Oceano Pacífico. Nos últimos dias, vários centros comerciais da cidade portuária foram saqueados por gangues de vândalos financiadas pelo narcotráfico.

No último fim de semana, um bebê morreu no departamento do Valle del Cauca depois que um bloqueio impediu a passagem da ambulância que o transportava a um centro de saúde. Dias atrás, algo semelhante aconteceu com um recém-nascido que era trasladado a Bogotá.

Segundo o procurador-geral Carlos Camargo os bloqueios na Colômbia já afetaram mais de 12 milhões de pessoas, em mais de 300 municípios, em 29 dos 32 departamentos do país.

Na mensagem de hoje, os bispos dizem que “o verdadeiro diálogo é a busca do bem através de meios pacíficos e requer paciência e confiança; é a vontade determinada de recorrer a todas as fórmulas de negociação possíveis, sempre procurando que os fatores da reaproximação prevaleçam sobre os da divisão ou do ódio”.

Os bispos colombianos convocaram “a comunidade católica para que sigam rezando pelo avanço dos diálogos, de forma que a crise atual em nosso país possa ser superada”.

“Já há muitas mortes, muito sofrimento e uma pobreza imensa que a violência tem causado ao nosso país! De todo o coração, expressamos a nossa solidariedade e proximidade a todas as vítimas”.

Por fim, os bispos recordaram que o Papa Francisco, durante sua visita à Colômbia em 2017, afirmou que “é hora de curar as feridas, de construir pontes, de resolver as diferenças. É tempo de desativar o ódio, renunciar à vingança e nos abrir à convivência baseada na justiça, na verdade e na criação de uma verdadeira cultura do encontro fraterno”.

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