O bispo Zhang Weizhu, 7 padres e 13 seminaristas da prefeitura apostólica de Xinxiang, foram presos na China nesta sexta-feira, 21 de maio. A prefeitura apostólica de Xinxiang não é reconhecida pelo governo comunista chinês. Segundo as autoridades, as atividades dos padres, seminaristas e fiéis de Xinxiang são "ilegais" e "criminosas".

A prefeitura apostólica de Xinxiang, na província de Henan, centro-leste da China, existe desde 1936. É anterior, portanto, à tomada do poder pelos comunistas em 1949. Ela jamais foi reconhecida pelo governo comunista chinês. Com cerca de 100 mil fiéis, ela está sujeita diretamente à autoridade da Santa Sé através da Congregação para a Evangelização dos Povos, presidida pelo cardeal filipino Luis Antonio Gokim Tagle.

As prisões dos clérigos começaram na tarde da sexta-feira, 20, quando pelo menos 100 policiais cercaram o prédio de uma fábrica usado como seminário diocesano. Ali foram presos 13 seminaristas e 7 sacerdotes. A fábrica que abrigava o seminário foi fechada e o dono foi preso. Os 13 candidatos ao sacerdócio foram enviados às suas casas e estão proibidos de estudar teologia. Os policiais confiscaram todos os pertences pessoais dos sacerdotes e seminaristas. A prisão do bispo ocorreu no dia seguinte. Segundo a agência de notícias católica Asia News, não é a primeira vez que Dom Joseph Weizhu, de 63 anos, vai preso. Ele foi nomeado bispo em 1991 por São João Paulo II e ordenado secretamente no ano seguinte. Desde sua posse o prelado e o clero de Xinxiang sofre com a perseguição e acosso do governo chinês. 

Segundo as autoridades, a polícia cumpria o novo regulamento sobre atividades religiosas decretado pelo presidente chinês Xi Jinping em novembro de 2020.

“A perseguição contra os católicos chineses leais a Roma continua, portanto, apesar da assinatura do acordo provisório entre a China e a Santa Sé sobre a nomeação de novos bispos”, diz Asia News. O acordo provisório entre a Santa Sé e o governo chinês sobre a nomeação de bispos foi assinado em 22 de setembro de 2018. Por ele, a Santa Sé readmitiu à plena comunhão eclesial os bispos nomeados pelo governo comunista enquanto o governo de Pequim se comprometia a cessar a perseguição religiosa contra os católicos no país. O texto do acordo nunca foi revelado. Em outubro de 2020 o acordo foi renovado de forma experimental por mais dois anos

Segundo Asia News, “desde a assinatura do acordo provisório entre a China e a Santa Sé, a perseguição aos católicos - especialmente aos não oficiais – aumentou”. A agência diz que “o Acordo diz respeito apenas à nomeação de novos bispos, mas tinha a premissa de que todas as questões pendentes relativas à vida da Igreja permaneceriam em espera, para serem tratadas posteriormente em um diálogo posterior entre as duas partes. Em vez disso, as forças policiais colocaram bispos em prisão domiciliar, impuseram multas altíssimas aos fiéis, expulsaram párocos de igrejas, prenderam padres e seminaristas”.

“Para muitos fiéis, o Acordo foi traído", afirma a agência.

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