Em uma declaração pública oficial, o Arcebispado de Santiago expressou seu assombro pela sentença judicial contra um ex-sacerdote que, além de sancionar a este indivíduo devidamente com penas de prisão, pretende que a arquidioceese pague uma milionária  reparação civil incluindo-a em seu crime.

No texto, o Arcebispado de Santiago manifestou sua surpresa por ver-se incluído como responsável na decisão do Oitava Vara do Tribunal de Apelações sobre a causa que afeta ao ex-clérigo Dom José Andrés Aguirre Ovalle.

“É muito estranho que a recente decisão da Oitava Vara do Tribunal de Apelações não tenha compreendido que a dependência de um sacerdote na  Igreja Católica com seu Bispo se dá no plano pastoral e espiritual e não no civil, já que crimes desta natureza cometidos por um adulto são de responsabilidade pessoal e não institucional”, precisa o texto.

“Como o disse em sua oportunidade o senhor Cardeal Francisco Javier Errázuriz, os fatos investigados –principalmente pelo sofrimento das vítimas- nos resultaram tremendamente dolorosos por quanto se trata de um dos crimes mais graves que se podem cometer. Atentar sexualmente contra menores é considerado  um crime pela sociedade e é também um espantoso pecado aos olhos de Deus, disse o Papa  João Paulo II”, diz a nota.

Neste sentido, o Arcebispado lembra a opinião pública que enquanto “recebeu a denúncia que depois foi apresentada aos tribunais e abriu o processo, dispôs o afastamento do Pe. Aguirre de sua tarefa pastoral e a suspensão do exercício do sacerdócio”.

“Além disso, em conformidade com as normas do direito canônico, iniciou de imediato  um procedimento de rigor estabelecido para estes casos, culminando com a resolução da perda do estado clerical de José Andrés Aguirre, com  decreto da Congregação para a Doutrina da Fé”, indicou.

Tomando em conta estes fatores, o Arcebispado informou que “solicitou a nossos  advogados estudar em detalhe os considerandos da decisão em questão a fim de fixar as ações legais a seguir”.