O bispo de Quesada, dom José Manuel Garita Herrera, fez um apelo à Costa Rica para que se abra à vida e promova os nascimentos nas famílias, para salvar o futuro da nação ante a drástica diminuição da natalidade.

A mesma tendência de quedas no número de nascidos se observa no Brasil. No ano passado houve diminuição de 8% no número de nascidos em relação a 2019. Os países desenvolvidos veem tendência semelhante há mais de duas décadas.

O bispo advertiu que embora existam "ideologias e correntes de todo tipo" que "querem mostrar outra realidade" no país, a "situação é extremamente grave e preocupante. “Mais uma vez digo isso, sem crianças não teremos futuro”, destacou.

Para dom Garita, isso é uma consequência das "correntes e ideologias" que há quase 40 anos "submetem a humanidade a uma dinâmica" contrária à vida, como explicou o Papa São João Paulo II na sua exortação apostólica Familiaris consortio.

O bispo recordou que em 1981, o santo condenou uma “errada concepção teórica e prática da independência dos cônjuges entre si” e as “graves ambiguidades acerca da relação de autoridade entre pais e filhos”.

Além disso, tratou dos problemas decorrentes de um "bem-estar egoísta" como "as dificuldades concretas que a família experimenta na transmissão dos valores; o número cada vez maior de divórcios, a praga do aborto, o recurso cada vez mais frequente à esterilização, o estabelecimento de uma verdadeira e própria mentalidade contraceptiva”.

Dom Garita disse que São João Paulo II escreveu que “na base destes fenômenos negativos está muitas vezes uma corrupção da ideia e da experiência da liberdade”. Essa suposta liberdade "é concebida não como a capacidade de realizar a verdade do projeto de Deus sobre o matrimônio e a família, mas como uma força autônoma de autoafirmação, não raramente contra os demais, que visa o próprio bem-estar egoísta", explicou.

No dia 4 de maio, dom Garita publicou no seu programa “Fermento” a mensagem “Dispostos à Vida”, em que reflete sobre a gravidade da diminuição dos nascimentos e do número de filhos por família.

“Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INEC), em 2020, foram registrados 58 mil nascimentos na Costa Rica, o menor número em duas décadas. Se for comparado com o número de nascimentos de 2019, houve cerca de 6.500 nascimentos a menos em 2020”, disse ele.

Além disso, informou que segundo o INEC, “a taxa de fecundidade também diminui e está em 1,4 filhos por mulher em 2020; este é um valor abaixo do nível de substituição geracional”.

O bispo advertiu que “há consequências graves em muitas áreas para uma sociedade que decide virar as costas à vida”.

Para lutar contra este problema “temos de mostrar a nossa disposição à vida”, porque “só assim poderemos salvar a nossa sociedade e construir um futuro sustentável.

A este respeito, dom Garita fez um apelo ao governo para que promova o desenvolvimento do núcleo da sociedade. “É preciso ter políticas que protejam e incentivem a família, célula fundamental da sociedade. Que sociedade queremos então se não protegemos e cuidamos da família?”.

Além disso, fez eco das palavras do Papa Francisco, que em 2015 afirmou que “somente se fitarmos as crianças com o olhar de Jesus conseguiremos compreender deveras em que sentido, defendendo a família, salvaguardamos a humanidade!”.

Para concluir, o dom Garita recordou que sempre, mas de forma especial no contexto do Ano da Família, “coloquemos nas mãos de Deus a família humana, que precisa se reencontrar com o projeto divino, para encontrar seu próprio desígnio”.

Por ocasião do quinto aniversário da publicação de sua exortação apostólica Amoris laetitia, o Papa Francisco declarou o Ano da Família, um tempo de graça que começou em 19 de março e termina em 26 de junho de 2022, que visa contribuir para o fortalecimento das famílias em todo o mundo em meio à pandemia.

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