Em preparação para o próximo Congresso Eucarístico Internacional (CEI) programado para setembro de 2021, em Budapeste (Hungria), evento que poderá contar com a presença do Papa Francisco em seu encerramento, os organizadores do CEI realizaram uma mesa redonda inter-religiosa sobre “fé, ciência e sociedade”.

O 52º Congresso Eucarístico Internacional de Budapeste, que será realizado de 5 a 12 de setembro de 2021, terá como objetivo “o encontro com Jesus Cristo, tornar visível o sinal do amor cristão pelo mundo e desenvolver um diálogo vivo entre os povos e as religiões”.

Nessa linha, o arcebispo de Budapeste, cardeal Peter Erdo, interveio recentemente em uma mesa redonda na qual participaram também o bispo reformado e presidente pastoral do Sínodo da Igreja Reformada Húngara, Zoltán Balog; o rabino-chefe da Comunidade Judaica Húngara Unificada (EMIH), Slomó Köves, e o neurocientista e ex-presidente da Academia Húngara de Ciências, Szilveszter E. Vizi.

O comitê local do 52º Congresso Eucarístico Internacional destacou que pela primeira vez fizeram este tipo de iniciativa “no espírito de iniciar um diálogo inter-religioso e realizar a cooperação entre a igreja e o mundo acadêmico”.

Entre os diversos temas abordados, os participantes desta mesa redonda chegaram ao consenso de que “a fé e a ciência devem se combinar para o melhor conhecimento do mundo, na busca da verdade”.

Além disso, recordaram o trabalho de um monge beneditino chamado Stanley L. Jáki, que como físico experimental estudou com Victor F. Hess, ganhador do Prêmio Nobel, e “através de seu desejo de conhecer o mundo criado, sua competência científica, teológica e física, fez elevar a uma nova dimensão a relação entre a fé e a ciência em suas obras escritas”

Seu trabalho científico foi acompanhado com especial atenção por vários papas. As ideias de Jáki podem ser consideradas precursoras da encíclica Fides et Ratio publicada por São João Paulo II”, disseram.

Ao refletir sobre o momento atual causado pela Covid-19, o cardeal Peter Erdo recordou que "na história da humanidade, as grandes epidemias sempre foram certas linhas divisórias da história cultural".

No entanto, o Cardeal espera que a situação atual da pandemia nos ensine a "avaliar e revisar a própria situação" para que "nos dê uma imagem do que é valioso e essencial para as pessoas".

Nesse sentido, o cardeal Erdo disse que o período atual “nos oferece a oportunidade de avaliar e revisar a nossa vida. Será realmente necessário, depois da pandemia, realizar viagens caras e prejudiciais ao meio ambiente, ou as videoconferências que estão sendo aproveitadas agora podem ser conservadas em certos casos?”, questionou.

Por sua vez, o rabino Slomo Köves relacionou o momento atual com a passagem bíblica da Torre de Babel para destacar "a vulnerabilidade e a falsa sensação de segurança diante do perigo invisível" já que, em sua opinião, a humanidade era "vaidosa como os construtores da Torre de Babel."

"Estamos construindo muros que são finitos, enquanto a verdadeira segurança só pode ser fornecida por um infinito transcendente", advertiu o líder judeu húngaro.

Finalmente, o neurocientista Szilveszter E. Vizi, refletiu sobre os Dez Mandamentos e ressaltou que "um cientista também pode chegar a esse ponto no qual percebe que há uma ordem fantástica no mundo, que é o próprio Deus”.

Saiba mais sobre a programação detalhada do Congresso Eucarístico Internacional, previsto de 5 a 12 de setembro, AQUI.

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