O Arcebispo de Abuja (Nigéria), Dom Ignatius Kaigama, ordenou quatro novos diáconos no fim de semana e os encorajou a não pregar o materialismo, mas a aderir e pregar o autêntico evangelho do amor e da paz.

“Exorto nossos irmãos, que hoje são ordenados diáconos, a viver em seu ministério verdadeiramente como diáconos que pregam a paz e o amor, com diligência e reverência”, disse o arcebispo africano no dia 11 de abril, Domingo da Misericórdia, na paróquia St. Donatus’ Saukale de Abuja.

“Peço que evitem dar falso testemunho e não caiam na tentação de promover o 'evangelho' do materialismo. Como diáconos em transição, em breve serão ordenados sacerdotes”, disse o arcebispo a Emmanuel Okonkwo, Humphrey Ayegba, Michael-Maria Nzume e Peter Agbo.

O prelado encorajou os novos diáconos a proclamar o Senhor com convicção e lembrou que são "chamados a servir os pobres e marginalizados em nossa sociedade, sem qualquer discriminação ética ou religiosa, especialmente nestes tempos difíceis".

O ministério diaconal não é “de conveniência, nem de escolher lugar, mas é para abraçar a todos, ir para onde for enviado para pregar a paz e o amor de Deus. Ancorem a fé de vocês em Jesus e como São Tomé digam: Meu Senhor e meu Deus.”

Dom Kaigama recordou que na primeira comunidade cristã os fiéis tinham tudo em comum. "Esses diáconos que são ordenados hoje podem ser precursores dos funcionários públicos que deveriam realizar o seu serviço com entusiasmo” e lamentou que atualmente na Nigéria os funcionários públicos e os líderes “não são civis nem servidores”.

De acordo com o arcebispo, os líderes do país costumam servir a si próprios e não aos interesses do povo.

Entre as características dos funcionários públicos, continuou ele, estão a boa reputação, a confiança, a capacidade de administrar os recursos públicos e a sabedoria para distribuí-los de maneira equitativa. Essas, continuou, "são deficiências graves entre muitos de nossos líderes".

Em sua opinião, os líderes de hoje não se perguntam o que podem fazer pelos outros, especialmente pelos pobres, mas sim o que podem fazer por eles mesmos embora estejam imersos na miséria.

Para o arcebispo de Abuja, isso se vê no egoísmo na hora da distribuição de paliativos para a Covid-19, materiais de ajuda, distribuição de comida para presos e estudantes, entre outros.

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