A Conferência Episcopal do Haiti confirmou que em 11 de abril, Domingo da Divina Misericórdia, foram sequestrados cinco padres, duas freiras e três leigos em Croix-des-Bouquets, perto de Porto Príncipe.

O consagrado da Sociedade dos Sacerdotes de Saint Jacques, à qual pertencem vários dos reféns, padre Stevenson Montinard, afirmou que entre os reféns há uma freira e um padre de origem francesa.

Além disso, contou que essas pessoas se dirigiam "à paróquia de Galette Chambon, para participar da posse do novo pároco".

Os sacerdotes sequestrados são o padre Michel Michel Briand, de nacionalidade francesa; padre Jean Nicaisse Milien, padre Joël Thomas, padre Evens Joseph e o sacerdote da arquidiocese de Cabo Haitiano e estudante de medicina, padre Jean-Hugues Baptiste.

As duas freiras sequestradas são a irmã francesa da Congregação da Providência de Pommeraye, Agnès Bordeau; e a irmã da Congregação das Irmãzinhas do Menino Jesus, Anne Marie Dorcelus.

A polícia local suspeita que o grupo armado 400 Mawozo esteja por trás do sequestro e disse que os sequestradores exigiram um milhão de dólares pelo resgate.

Em um comunicado, a Conferência dos Religiosos do Haiti (CHR) lamentou com pesar e indignação a “situação desumana que vivemos há mais de uma década”, na qual o país tem sido alvo de extorsão mediante sequestro que aumentaram nos últimos meses.

"Não passa um dia sem choro e medo, e ainda assim os supostos líderes deste país, enquanto se apegam ao poder, são cada vez mais impotentes", disse.

Em março de 2021, o governo do Haiti declarou estado de emergência por um mês em alguns distritos da capital Porto Príncipe e do interior do país, para “restaurar a autoridade do Estado” em áreas controladas por quadrilhas.

O decreto indica que a medida foi tomada por causa da ação de quadrilhas armadas que “sequestram pessoas para pedir resgate, roubando e saqueando bens públicos e privados, e enfrentando abertamente as forças de segurança pública”.

A violência e a instabilidade política do país provocaram protestos na capital e levaram dezenas de haitianos a buscar refúgio na vizinha República Dominicana.

O bispo de Miragoâne, Dom Pierre-André Dumas, afirmou que é hora de que “cessem estes atos desumanos” e acrescentou que a “Igreja reza e se solidariza com todas as vítimas deste ato vil”.

A Conferência Episcopal Francesa destacou em um comunicado a sua "grande preocupação" com o sequestro e pediu aos culpados que libertem os reféns, para não acrescentar "mais ódio onde já reinam a pobreza e a insegurança".

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