O Movimento Cristão Libertação (MCL) do líder dissidente Osvaldo Payá, chamou a todos os cubanos "a participar do Diálogo Nacional" porque "a mudança e o caminho para o futuro os construiremos entre cubanos" sem exclusões.

"Ninguém mais pode fazer um programa de transição para Cuba a não ser o próprio povo cubano. Ninguém pode tomar o papel do povo cubano no desenho das mudanças e o protagonismo de sua história, e ninguém pode negar ao povo cubano a mudança para a sociedade melhor, mais livre e mais justa que o próprio povo quer e necessita agora", afirma o comunicado.

Depois de destacar que "todos os cubanos são irmãos" e têm "direito aos direitos", o MCL assinala que seguirá pelo caminho da não violência" em sua luta pelo respeito aos direitos humanos e a liberdade que têm os cidadãos de atuar por sua fé e expressar o que pensam sem temor de ser "perseguidos nem esmagados".

"Reclamaremos todos os direitos, também aqueles que enuncia a Constituição vigente incluindo o de propor mudanças nas leis, como pede o Projeto Varela", indica o texto.

O comunicado reconhece que "nenhum homem é tão mau que não possa ser salvado" e quem ama, ama também a quem o persegue; mas de uma vez chama "a todos a não submeter-se ao poder do ódio e a mentira por medo ou por interesses", em detrimento da liberdade e a dignidade que Deus nos dá como seus filhos que somos".

Do mesmo modo, pede aos organismos internacionais, "a ONU, a todos os Estados e a todos os povos irmãos (...), que escutem o clamor deste povo".

"Cuba, nossa Pátria, é nossa terra prometida. Por isso este chamado a todos os cubanos não é a um êxodo para outras terras vizinhas, mas a dar o passo pela solidariedade para a libertação, para a conquista de toda a justiça e os direitos para todos, para a liberdade, a reconciliação e a paz entre todos os cubanos", finaliza o documento do MCL.

O Conselho Coordenador do MCL emitiu este pronunciamento com motivo do 137º aniversário do início da luta independentista cubana, em 10 de outubro de 1868.