MADRI, 8 de jul de 2004 às 16:08
Após a decisão de mais de 1.200 espanhóis, em sua maioria homossexuais, de renunciar "oficialmente" a fé católica mediante a apresentação de suas apostasias no Arcebispado de Madri, o Cardeal Antonio María Rouco, precisou que o Batismo é um sacramento que imprime caráter e a pessoa que o recebe será católico para sempre.
O Purpurado lembrou que quem recebe o Batismo será “sempre, toda a vida” e poderá renunciar, como um filho pode repudiar seu pai, mas ser católico é algo idelével que "se leva no DNA’.
O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) precisou que o Batismo "não se apaga" e lembrou que o registro de batismo tem um simples valor de registro civil para contabilizar o número de católicos.
O Purpurado destacou a marca indelével que imprime o batismo comparando-o com o filho que renega o pai. “Poderá repudiá-lo, tirar o sobrenome, renunciar à herança, não saber nada mais dele, mas sempre será seu filho e frente a isso não poderá fazer nada”, disse.
Deu também o exemplo do caso do sacerdote que renuncia a seu estado clerical e se casa, mas que nunca deixará de ser sacerdote, já que é outro sacramento que imprime caráter. "É para a eternidade", disse o Cardeal.
O Arcebispo madrileno expressou sua "tristeza" pela decisão dessas pessoas, destacando o "carinho" da Igreja por todos seus filhos e a "caridade e compreensão" especial que presta aos homossexuais.
Uniões homossexuaiss
O presidente da CEE reiterou a impossibilidade de equiparar as uniões de homossexuais com o matrimônio constituído por um homem e uma mulher, que tem como um de seus fins a procriação.
O matrimônio “é algo de senso comum”, algo defendido não só pela Igreja Católica, mas que é uma realidade que pertence ao direito natural 350 anos antes de Cristo, apontou.
O Purpurado lembrou o que recentemente o Papa João Paulo II pediu ao Governo espanhol com motivo das visitas do novo embaixador da Espanha na Santa Sé e do presidente do Executivo, José Luis Rodríguez Zapatero: defender a família e evitar considerar como “matrimônios” as uniões homossexuais.
Naquela ocasião, João Paulo II pediu que não se ceda "a certas vozes que parecem confundir o matrimônio com outras formas de união totalmente diferentes, quando não contrárias ao mesmo".
Acrescentou o Pontífice que essas outras formas diferentes "parecem considerar os filhos como meros objetos para a própia satisfação" e destacou que "todos os filhos têm direito a nascer e crescer em um lar estável onde as palavras pai e mãe podem ser ditas com alegria e sem enganos".