A Suprema Corte Civil da Escócia decidiu na quarta-feira que a proibição do governo escocês para os atos religiosos com público, incluindo as missas católicas é ilegal. A decisão veio um dia depois que o governo escocês anunciou que o culto poderia ser retomada a partir de 26 de março mas com um limite de 50 pessoas.

O Padre Tom White é reitor da Igreja de St. Alphonsus, em Glasgow. Sua paróquia inclui três das áreas mais carentes do Reino Unido.

Ele disse: "Estou muito feliz por ouvir que o tribunal entendeu a necessidade essencial de proteger não apenas a saúde física e material de nossa sociedade, mas também suas necessidades espirituais e, portanto, derrubou a proibição desproporcional, desnecessária e ilegal do culto público."

"Essa decisão destaca a importância do papel da Igreja na sociedade. Agora, podemos confiar que nossas comunidades frágeis e danificadas nunca mais serão deixadas sem a igreja como fonte de esperança, conforto e nutrição espiritual vital em tempos de crise", acrescentou.

"Sou grato a toda a Escócia e aos que ofereceram seu apoio financeiro para minha defesa legal, bem como aos que rezaram fielmente comigo para que as portas da igreja fossem reabertas. Dou graças a Deus por essa notícia maravilhosa!", referiu o sacerdote.

O culto público foi suspenso pela primeira vez na Escócia em 19 de março de 2020. As missas com congregações foram novamente permitidas a partir de 15 de julho, mas sujeitas a um limite de 50 pessoas. O governo escocês vetou as missas com público novamente no 4 de janeiro deste ano. O Padre White foi aos tribunais pedir que a proibição fosse declarada ilegal, qualificando-a de "um abuso extraordinário do poder do Estado".

White disse que a inspiração para confrontar as autoridades veio do fato de ver sua paróquia de "luto" por não ter a celebração da Eucaristia como de costume. Ele lançou um site de crowdfunding para arrecadar fundos cobrir os custos de sua defesa legal, mas até agora arrecadou apenas cerca de 35% de sua meta.

O Padre recebeu o aconselhamento do advogado Ryan Christopher, diretor do grupo de legistas cristãos ADF UK, que o defendeu.

Após a sentença, o advogado Christopher afirmou: "Celebramos esta decisão junto com Pe. Tom White, porque o tribunal reconheceu o que o governo não reconheceu - que a liberdade de religião e crença é um direito humano de ter a maior proteção."

"Ao declarar a proibição como 'ilegal', o tribunal ajuda a garantir que as pessoas de fé não terão novamente seus direitos eliminados dessa forma. Parabenizamos o padre e os outros líderes religiosos envolvidos que tiveram a coragem de levar este necessário desafio adiante e garantir proteção para as igrejas em toda a Escócia para o futuro", concluiu.

Confira: