Na segunda-feira, 22 de março, um ataque jihadista causou 137 mortes na região de Tahoua, no Níger. O Papa Francisco condenou nesta quarta-feira, 24 de março, durante a Audiência Geral que presidiu na Biblioteca do Palácio Apostólico, este crime contra a população civil e pediu que não se perca a confiança “no caminho da democracia, da justiça e da paz”.

“Tomei conhecimento com tristeza da notícia dos recentes ataques terroristas no Níger, que resultaram na morte de 137 pessoas. Rezamos pelas vítimas, por suas famílias e por toda a população, para que a violência que sofreram não as faça perder a confiança no caminho da democracia, da justiça e da paz”, foram as palavras do Santo Padre.

De acordo com o porta-voz do governo nigeriano, Zakaria Abdourahamane, em declarações ao Vatican News, “pegando sistematicamente as populações civis como alvos, esses bandidos armados deram um passo a mais no horror e na brutalidade”.

O Níger vive uma situação política de grande instabilidade e vazio de poder depois das polêmicas eleições presidenciais, cujo segundo turno foi realizado em 21 de fevereiro, que deu a vitória ao candidato do partido de governo e ex-ministro do interior, Mohamed Bazoum.

Segundo dados oficiais da Comissão Eleitoral do país, o candidato vencedor teria obtido 55,7% dos votos e obteve a confirmação do Tribunal Constitucional.

No entanto, os candidatos da oposição não reconheceram o resultado e denunciaram irregularidades. Por isso, a oposição fez um chamado à desobediência civil indefinida em todo o país, além de pedir a intervenção das forças de defesa e segurança para defender a soberania do povo e a democracia.

Essa instabilidade é aproveitada por grupos criminosos organizados, muitos deles jihadistas, para semear o caos e aumentar e fortalecer suas zonas de controle. Esses grupos jihadistas também têm conexões com grupos do vizinho Mali, onde grupos terroristas ligados ao Estado Islâmico e à Al Qaeda têm suas bases e estruturas de recrutamento de membros.

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