Um grupo cristão usou o Dia Internacional da Mulher para chamar atenção para os casamentos e conversões forçados que são um problema para milhões de meninas nos países em desenvolvimento.

A ADF International (Alliance Defending Freedom), um grupo cristão internacional de defesa de direitos, destacou o caso de Maira Shabaz, uma menina crista de 14 anos do Paquistão. Maira foi sequestrada em abril de 2020 por Mohamad Nakash, que estava armado, segundo denúncias. Ela escapou, mas não antes de ser forçada a se converter ao Islã e a se casar com Nakash

Segundo a ADF, a Corte Superior de Lahore deu o veredito de que Maira havia se convertido e se casado voluntariamente, e ordenou que ela fosse devolvida a seu sequestrador.

Maira vive escondida com sua família há meses e a ADF vem trabalhando com advogados locais para anular a certidão de casamento dela. A família disse que vai apelar da decisão da corte de Lahore à Suprema Corte do país.

“Temos esperança de que a comunidade internacional abrirá os olhos para o que está acontecendo no Paquistão e ajude a proteger Cristãos e outras minorias que pertencem aos grupos mais vulneráveis no país”, disse Tehmina Arora, Diretora de Advocacia na Ásia para a ADF International.

Rapto e conversão forçada continuam sendo um problema sério no Paquistão e muitas partes do mundo

Um estudo de 2014 feito pelo Movimento pela Solidariedade e Paz No Paquistão estimou que em torno de 1.000 mulheres Cristãs e Hindus são raptadas, casadas à força e convertidas ao Islã à força no Paquistão todo ano.

Casamento de crianças é tecnicamente ilegal no Paquistão, mas é comum os tribunais não aplicarem a lei. A Sharia, lei islâmica, que é aplicada em algumas decisões judiciais paquistanesas permite que uma menina se case logo que ela tem sua primeira menstruação.

Uma a cada três meninas de países em desenvolvimento se casa antes dos 18 anos e uma em nove antes dos 15, diz a ADF, usando dados da ONU.

No ano passado, em outro caso destacado, Arzoo Raja, uma Católica de 13 anos de idade do Paquistão, foi raptada à luz do dia por Ali Azhar, de 44 anos, que a forçou-a a se converter ao Islã e casar-se com ele.

Duas semanas depois, em 27 de outubro de 2020, a Corte Superior de Sindh considerou o casamento válido baseado em declarações da menina de que ela tinha 18 anos.

 Em novembro, a Corte Superior reverteu sua própria decisão e determinou à polícia encontrar a adolescente. Arzoo foi encontrada e Azhar foi acusado de estupro.

Confira também: