O Papa Francisco entregou, na manhã do domingo 7 de março, durante o encontro de oração na Igreja cristã siríaca a Imaculada Conceição de Qaraqosh, o Livro Sagrado de liturgia dos séculos XIV-XV ao bispo siríaco Yohanna Butros Mouché. O livro, chamado Sidra, é uma coletânea de preces litúrgicas aramaicas escritas em caracteres siríacos usadas da festa da Páscoa à da Santa Cruz que foi restaurado na Itália depois de escapar da destruição pelos jihadistas do Estado Islâmico.

O livro foi salvo da fúria destruidora do Estado Islâmico, que ocupou a Planície de Nínive entre 2014 e 2017, graças a um sacerdote que o emparedou junto com outros volumes antigos embaixo de uma escada.

Em 2017, com o fim da ocupação do Estado Islâmico em Qaraqosh, o livro foi entregue pelo Bispo Mouché a voluntários da Federazione Organismi Cristiani Servizio Internazionale Volontario (FOCSIV) que o levaram para ser restaurado na Itália.

“Levar de volta para casa e fazê-lo de modo que possa o Papa Francisco, em sua histórica e importante viagem a esta terra, a devolver Sidra aos fiéis e a sua Igreja assume um forte valor simbólico”, disse Ivana Borsotto, presidente FOCISV. “É o retorno e a recuperação das raízes comuns em um lugar onde a guerra não apenas destruiu, mas tentou erradicar as tradições e culturas multisseculares, cancelando todos os traços que pudessem recordar, minimamente que fosse, a história de uma convivência pacífica da Cristandade presente há séculos nesses lugares.”

Depois de ser mostrado em uma exposição em Turim, em 2017, o Sidra foi confiado ao Instituto Central de Conservação de Livros e Arquivos, do ministério da cultura da Itália.

O Sidra estava em condições de conservação críticas que afetavam da estrutura do volume ao péssimo estado dos pigmentos das iluminuras. Além de páginas muito a decomposição da linha que mantinha a encadernação do livro.

Seu estado deplorável de conservação, sua proveniência e suas particularidades exigiram uma comparação com alguns livros siríacos da mesma época conservados na Biblioteca Apostólica Vaticana.

A restauração propriamente dita levou 10 meses. O único elemento original do livro que não foi possível recuperar e teve que ser substituído foi a linha de costura dos fascículos que compõem a obra.

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