O Departamento de Saúde da Irlanda do Norte revelou que, desde que a nova lei do aborto entrou em vigor, em 31 de março de 2020, 1.091 crianças em gestação foram abortadas na região.

A legislação atual permite o aborto voluntário até 12 semanas de gravidez, até 24 semanas em casos de risco para a saúde física ou mental da mãe, e sem limite de tempo em casos de insuficiência fetal grave ou anormalidade fetal, incluindo a síndrome de Down.

Anteriormente, o aborto só era permitido se a vida da mãe estivesse em risco ou se houvesse risco de danos graves ou permanentes a longo prazo à sua saúde física ou mental.

O legislador do Partido Unionista Democrático, Christopher Stalford, recentemente perguntou à Assembleia da Irlanda do Norte se o Ministério da Saúde poderia detalhar o número de abortos realizados na Irlanda do Norte desde 1º de janeiro de 2020 (cerca de 3 meses antes de a lei entrar em vigor) até fevereiro de 2021.

“De 1º de janeiro de 2020 a 30 de março de 2020, foram realizadas 7 interrupções da gravidez nos hospitais de HSC [Health and Social Care], na Irlanda do Norte. Desde que o regulamento sobre o aborto de 2021 entrou em vigor, em 31 de março de 2020, o Departamento de Saúde recebeu 1091 notificações de término” de gravidez, assinalou a fonte oficial do governo.

A Irlanda do Norte foi a última região do Reino Unido a aprovar o aborto generalizado.

Estima-se que haja pelo menos 100 mil pessoas vivas na Irlanda do Norte que não estariam se o aborto estivesse disponível como no resto do Reino Unido (legal até as 24 semanas de gestação). A cifra foi confirmada pela Autoridade de Normas de Publicidade, em 2017.

De acordo com a porta-voz do grupo pró-vida Right To Life UK, Catherine Robinson, “lamentavelmente, esses números são mais ou menos esperados. 100 mil pessoas vivem na Irlanda do Norte hoje por causa de suas fortes leis pró-vida, leis que infelizmente não existem mais.

"A mudança na lei do aborto na Irlanda do Norte foi profundamente antidemocrática e os defensores do aborto aparentemente abandonaram todos os princípios em sua busca ferrenha para expandir o acesso ao aborto", disse.

Robinson lembrou que “esta foi a maior mudança na lei do aborto no Reino Unido desde 1967 e o povo da Irlanda do Norte quase não teve voz no assunto. Em junho de 2019, quando o aborto na Irlanda do Norte estava sendo discutido em Westminster, o Partido Nacional Escocês abandonou sua prática antiga de se abster de todos os assuntos delegados para dar a seus membros um voto livre sobre o assunto. A deputada Stella Creasy, uma defensora do aborto, fez tudo o que pôde para garantir que o povo da Irlanda do Norte não fosse consultado sobre este assunto".

"Vimos 1.091 abortos na Irlanda do Norte, fruto de uma subversão sinistra do procedimento parlamentar ordinário e da prática democrática", assegurou a porta-voz.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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