O Cardeal Péter Erdö, Arcebispo de Esztergom-Budapeste (Hungria), garantiu que o Papa São João Paulo II mostrou com sua vida, obra e legado que “o bem da família é o que mais importa para o mundo e para a Igreja”.

Assim indicou o Purpurado em sua participação na Conferência Internacional "Rumo ao futuro com João Paulo II", evento realizado de 15 a 17 de janeiro.

O cardeal húngaro lembrou que o Papa polonês escreveu em 1981 a exortação apostólica Familiaris consortio, sobre a função da família cristã no mundo de hoje, um texto que o Papa Francisco cita até em 25 oportunidades em sua exortação Amoris laetitia, um documento sobre o amor na família, publicado após o Sínodo dos Bispos de 2015.

Amoris laetitia trata sobre vários aspectos da família e em uma das passagens que cita a Familiaris consortio de João Paulo II, destaca-se que o bem da família é o mais importante para o mundo e para a Igreja. Esta referência à bondade da família também ocorre em muitos lugares do texto, o que é importante para compreender o mistério do matrimônio”, indicou o Purpurado.

Atualmente, advertiu o Cardeal, existe “o risco de um individualismo excessivo com o qual os membros da família podem se isolar. Essa tendência se soma à tendência à violência e ao estresse no mundo contemporâneo e na sociedade, fatores que dificultam a tomada de decisões de longo prazo. Tudo isso leva, por exemplo, a uma diminuição do número de casamentos, inclusive civis”.

O Arcebispo explicou que “vivemos em um mundo efêmero, no qual os temas da cultura e da sociedade não são a norma, mas um desafio para pregar o Evangelho, também quando há grande necessidade e desejo da humanidade, diante do ser humano sofrendo em um ambiente que deveria prover-lhe felicidade”.

Depois de comentar que a Familiaris consortio oferece orientações para compreender “qual família e qual sociedade queremos para o futuro”, o Cardeal disse que a família atualmente “é uma instituição que está mudando dinamicamente. Embora muitas famílias ainda sejam governadas pela fé que fundamenta a instituição, por outro lado outras famílias se confundiram com suas tarefas, algumas se perderam e parecem duvidar do sentido da vida familiar”.

“Outras experimentaram injustiças se falamos dos seus direitos fundamentais e por isso é necessário estar ciente de que a família e o matrimônio estão entre as coisas mais importantes da Igreja Católica. Gostaríamos de dar voz a quem aprecia o valor das famílias e busca acompanhar a vida dos fiéis”.

Depois de afirmar que a Igreja oferece ajuda e conselho aos divorciados, aos divorciados em nova união e aos que convivem sem estar casados, o Arcebispo húngaro destacou que os ensinamentos de São João Paulo II estão alinhados com o Concílio Vaticano II, especialmente com a constituição pastoral Gaudium et spes.

Esta constituição e o Papa polonês sublinham que “a substância da família e o seu sentido de missão constituem parte do grande projeto do Criador. Portanto, a boa nova, o Evangelho que Cristo oferece e depois a Igreja oferece, deve ser o ponto de referência a seguir”.

“Agora enfrentamos muitos desafios que não tínhamos no passado e nesta difícil situação temos que ajudar as famílias, iluminar todos aqueles que estão inseguros e ajudar todos aqueles que foram tratados injustamente e não reconhecem sua verdadeira vocação e chamado”, contínuo.

Finalmente, o Cardeal Erdö sublinhou que “a família é muito importante para a sociedade e por isso os cristãos não devem renunciar à sua participação na vida pública para apoiá-la”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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