A Igreja Católica na Nigéria pede orações "pela segurança e rápida libertação" do Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Owerri, Dom Moses Chikwe, sequestrado no dia 27 de dezembro.

Segundo informou o secretário-geral do Secretariado Católico da Nigéria (CSN), que é a sede da Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria (CBCN), Dom Chikwe “foi sequestrado na noite de domingo, 27 de dezembro de 2020”, em Owerri, a capital do estado de Imo (Nigéria).

O secretário-geral da CBCN, Pe. Zacharia Nyantiso Samjumi, disse à ACI África (agência do Grupo ACI para a África) no dia 28 de dezembro que "até aquele momento, não houve comunicação dos sequestradores".

“Confiando na assistência maternal da Santíssima Virgem Maria, rezamos por sua segurança e rápida libertação”, acrescentou o secretário-geral da CSN, em um comunicado à imprensa intitulado: “Triste acontecimento em Owerri”.

Várias fontes falaram à ACI África sobre o sequestro do bispo nigeriano de 53 anos e todas indicam que seu paradeiro é desconhecido.

Um sacerdote católico nigeriano destacou a ACI África a falta de informação desde o incidente do sequestro no dia 27 de dezembro e acrescentou “assim tem sido a situação, ainda temos que obter mais informações sobre o assunto. Continuamos rezando e esperando pelo melhor”.

De acordo com a imprensa local, o sequestro ocorreu em Port Harcourt, em Owerri, por volta das 20h (hora local), de acordo com testemunhas, Dom Chikwe "foi sequestrado junto com seu motorista em seu carro oficial" e o veículo do bispo "foi posteriormente devolvido, enquanto se acredita que os ocupantes foram levados para um destino desconhecido".

O sequestro de Dom Chikwe é o mais recente de uma série de sequestros que tiveram como alvo o clero na Nigéria, os sequestros anteriores envolveram sacerdotes católicos.

Em 15 de dezembro, Pe. Valentine Oluchukwu Ezeagu, membro dos Filhos de Maria, Mãe da Misericórdia (SMMM), foi sequestrado no estado de Imo enquanto se dirigia para o funeral de seu pai no estado vizinho de Anambra, no sudeste da Nigéria, e foi libertado no dia seguinte.

Em novembro de 2020, Pe. Matthew Dajo, sacerdote da Arquidiocese de Abuja, foi sequestrado e libertado após dez dias de cativeiro. Várias fontes disseram à ACI África que os sequestradores exigiram centenas de milhares de dólares americanos como resgate.

No início de dezembro, o Departamento de Estado dos EUA listou a Nigéria entre os piores países em liberdade religiosa ao lado de outros países como China, Coreia do Norte e Arábia Saudita.

Nesse sentido, o supremo cavaleiro dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson, disse em 16 de dezembro que "os cristãos na Nigéria sofreram muito nas mãos do Boko Haram e de outros grupos".

“Os cristãos da Nigéria, tanto católicos como protestantes, merecem atenção, reconhecimento e alívio agora”, afirmou Anderson, acrescentando que “os cristãos nigerianos devem ser capazes de viver em paz e praticar sua fé sem medo”.

De acordo com um recente relatório especial publicado pela Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety) “nada menos que 20 clérigos, incluindo pelo menos oito sacerdotes católicos ou seminaristas, foram mortos a tiros nos últimos 57 meses e nada menos de 50 sequestrados ou sequestrados”.

Publicado originalmente em ACI África

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