O pároco da Igreja Católica de Santo Antônio, em Yangoji (Nigéria), Pe. Matthew Dajo, foi libertado naquarta-feira, 2 de dezembro, após ser sequestrado durante um atentado contra sua comunidade.

O Diretor de Comunicação da Diocese de Abuja, Pe. Patrick Alumuku, disse à ACI África - agência do Grupo ACI - que Pe. Dajo está hospitalizado depois de ter sido sequestrado por 10 dias.

Padre Matthew Dajo. Créditos: Domínio Público

Em 22 de novembro, um grupo de indivíduos armados invadiu a comunidade Yangoji e disparou indiscriminadamente por 30 minutos.

O padre nigeriano Kevin Oselumhense Anetor disse à ACI África que "os homens armados atravessaram a grade da casa do sacerdote, enquanto outros ficaram do lado de fora, entraram no quarto do padre Matthew e o levaram embora".

Em um comunicado, o Arcebispo de Abuja, Dom Ignatius Kaigama, agradeceu a Deus e aos fiéis que intercederam com suas orações pela libertação do sacerdote nigeriano e incentivou a rezar "por maior segurança no país".

“Agradecemos também à família do Padre Dajo e a todos os que ajudaram a garantir a sua libertação”, declarou.

A Nigéria tem experimentado um aumento na insegurança desde 2009, quando o Boko Haram começou os ataques com o objetivo de transformar a nação mais populosa da África em um estado islâmico.

Desde então, um dos maiores grupos islâmicos da África orquestrou ataques terroristas contra grupos religiosos, políticos e civis.

A situação de insegurança no país ficou ainda mais complicada pelo envolvimento de pastores Fulani, predominantemente muçulmanos, também conhecidos como milícia Fulani, que frequentemente entraram em confronto com agricultores cristãos por causa das terras de pastagem.

Em 2 de dezembro, o Papa Francisco condenou o assassinato de 110 camponeses cometido pelo grupo terrorista Boko Haram na Nigéria, ocorrido no sábado, 28 de novembro.

“Gostaria de vos assegurar as minhas orações pela Nigéria, infelizmente ensanguentada de novo por um massacre terrorista. No sábado passado, no nordeste do país, mais de uma centena de camponeses foram brutalmente assassinados. Que Deus os receba na Sua paz e conforte as suas famílias e converta os corações daqueles que cometem tais horrores, ofendem gravemente o Seu nome”, foram as palavras do Pontífice.

De acordo com Vatican News, o crime ocorreu provavelmente devido a uma vingança depois que os camponeses desarmaram um de seus milicianos e o denunciaram ao exército.

Em 27 de setembro, a BBC News informou que pelo menos sete soldados foram mortos em uma emboscada em uma mina terrestre por insurgentes do Boko Haram no centro norte do estado de Borno.

O diretor médico do Hospital da Paz em Ayingba, Azubuike Joel Ihenacho, foi sequestrado em 21 de novembro por pistoleiros não identificados.

No dia 23 de novembro, um dia após o sequestro do Pe. Dajo, duas pessoas foram sequestradas no estado de Nasarawa e outra foi assassinada, apenas 24 horas depois do sequestro e assassinato do presidente do Congresso de Todos os Progressistas (APC), Philip Shekwo.

“Temos casos de sequestros, prisões e assassinatos por grupos terroristas, bandidos e grupos de sequestradores”, disse Dom Kaigama em seu discurso pela “Red Wednesday” ou “Quarta Vermelha”, uma iniciativa de Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

O Prelado encorajou as nações ocidentais a pressionarem o governo de Muhammadu Buhari a agir de forma decisiva contra a insegurança, bem como a compartilhar informações de inteligência e, em geral, fornecer mais apoio na luta contra o terrorismo.

As nações ocidentais “devem convencer os líderes nigerianos a serem honestos e determinados na guerra contra o terrorismo. O Reino Unido e outras nações com raízes cristãs devem falar e agir mais a favor da liberdade”, assinalou.

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Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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