A Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou nesta quarta-feria os avanços na terceira jornada do Congresso Mundial sobre Pastoral do Turismo, que abordou a acolhida como missão evangelizadora da Igreja,  a abertura a outras realidades, a pastoral do turismo desde o ponto de vista dos países de acolhida, principalmente do Terceiro Mundo.

Durante o evento, promovido pelo Pontifício Conselho para a Pastoral dos Emigrantes e Itinerantes, o Arcebispo Raul N. Gonsalves, Patriarca emérito de Goa e Damao (Índia), indicou que “muitos países, meta de turismo atravessaram não a triste experiência de não receber os benefícios que esperavam para melhorar suas condições de vida, mas a  de se verem privados de seus recursos naturais e ser defraudados e explorados pelas forças do mercado que concebem e capitalizam o turismo como uma industria e um negócio”.

Referindo-se depois às diretrizes do dicastério em  2001 falou da  “grave injustiça de facilitar aos turistas serviços dos quais carece normalmente a comunidade local”. O Prelado recordou a respeito que uma das formas de exploração mais atrozes é o turismo sexual.

Nossa concepção debe ser, ao contrário, disse, a de “um novo turismo mundial onde as pessoas enriqueçam suas vidas com encontros que salvaguardem a dignidade de toda pessoa, onde se respeitem as diversas heranças culturais, proteja e fomente a integridade do planeta e  potencialize a harmonia e a paz”.

Os voluntários e os grupos eclesiásticos fazem tudo o possível para promover um futuro de esperança para o turismo, mas sua tarefa é enorme, destacou, e os recursos humanos e econômicos são muto limitados.

A acolhida como missão evangelizadora”, foi o tema da relação do Arcebispo Ramón Benito de la Rosa y Carpio, de Santiago de los Caballeros (República Dominicana), articulada em cinco pontos: a acolhida, virtude humana e cristã; a acolhida na pastoral eclesiástica; a acolhida, como sinal de catolicidade; a acolhida na indústria turística e a acolhida na pastoral do turismo.

O diálogo, disse, é parte da  “espiritualidade da acolhida”: “O diálogo impulsionado pela Igreja com todas as nações, suas culturas e religiões, começa e progride com uma acolhida cordial e contínua”.  “Sem a acolhida nem há diálogo, nem pode prosperar”.

O padre Jean-Yves Baziou, da Universidade Católica Ocidental de Angers (França), intitulou seu discurso “Deixar o próprio lar para encontrar outros”. “O ato de partir e el ato de encontrar-se -explicou- são dois fatores da viagem turística. Também são ações de profundo significado tanto na existência humana como na experiência cristã”.