O Ministério da Saúde inglês validou a atitude do Serviço Britânico de Recomendações sobre a Gravidez, que propõe às mulheres que desejam abortar depois de 24 semanas de gestação fazê-lo na Espanha, embora se trate de um procedimento ilegal no país ibérico.

O escândalo desatou o ano passado, quando o Sunday Telegraph revelou que tal entidade inglesa enviava as mulheres que desejavam abortar à clínica Ginemedex de Barcelona, sem levar em conta as restrições próprias da legislação espanhola.

Na Espanha o aborto está permitido dentro das primeiras doze semanas se for por caso de violação e até a semana 22 se a criança apresentar má formações; também está permitido se existir perigo para a saúde física ou psíquica da mãe. Todas estas considerações não foram levadas em conta pelo Serviço Britânico de Recomendações sobre a Gravidez ao momento de encaminhar gestantes à clínica espanhola.

"O Departamento de Saúde não tem razão para duvidar de que o Serviço Britânico de Recomendações sobre a Gravidez oferece um serviço sobre aborto que é bom, seguro e legal, e não existem, portanto, razões pelas quais não deva continuar oferecendo este serviço a mulheres", afirmou a secretária de Estado do Reino Unido de Saúde Pública, Carolina Flint. O relatório que seguiu ao escândalo foi realizado pelo próprio Governo inglês, que destina anualmente 18 milhões de euros a esta entidade.

Diante disto, a representante do ProLife Alliance, Julia Millington, perguntou-se como um país como a Inglaterra "pode confiar a saúde das mulheres a uma organização destas características".

Através de um comunicado, a organização pró-vida criticou o Departamento de Saúde por não mencionar "que os abortos em uma fase tão tardia da gravidez são ilegais na Espanha". Recorda que isso "foi a base do escândalo original e o que abriu a investigação", entretanto, indicou, disso "não foi falado".

Acrescenta que embora "a senhora Flint possa estar satisfeita", não pode ocorrer o mesmo com os contribuintes, com cujo dinheiro "está financiando o espantoso trabalho do Serviço Britânico de Recomendações sobre a Gravidez".