MADRI, 22 de set de 2005 às 14:20
O Vice-presidente do Foro Espanhol da Família (FEF), Benigno Blanco, questionou o oportunismo mostrado pela presidenta da Comunidade de Madri, Esperança Aguirre, ao rechaçar o recurso de inconstitucionalidade apresentado pelo Partido Popular (PP) contra a lei que permite o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. Adicionou que na postura de Aguirre prima mais um interesse político e não o da defesa do matrimônio e dos direitos das crianças.
Na véspera, a também membro do PP declarou à Televisão Espanhola que seu rechaço ao recurso apresentado por seu partido ante o Tribunal Constitucional (TC) fica à margem dos aspectos jurídicos ou constitucionais e assegurou que as razões políticas são as que determinariam sua postura em caso seja consultada.
Benigno Blanco recordou a Aguirre que como titular da comunidade madrilense deve também velar por todas as famílias que se sentem agredidas por esta lei e adicionou que o recurso de inconstitucionalidade apresentado pelo PP deve devolver às famílias a proteção jurídica necessária, que se perdeu com a lei aprovada pelo Governo.
“As famílias e a Constituição não querem esta lei, por isso é profundamente anti-democrático ter medo a que se pronuncie sobre a mesma o TC”, anotou
Blanco e assinalou que “não é certo que o recurso suponha um ataque aos homossexuais como alguns grupos radicais colocaram, com os únicos argumentos do insulto e a desqualificação. A realidade é que esta lei é um ataque à instituição do matrimônio e à proteção da infância”
Enquanto isso, o presidente do PP, Mariano Rajoy, confirmou a apresentação do recurso ante o TC porque claramente a norma vulnera a constituição espanhola e alegou que neste caso “a legalidade prima sobre o oportunismo”.