O Papa Francisco recordou a memória litúrgica de São Paulo VI, que se celebra no dia 29 de maio, e pediu que o exemplo do Papa Montini “anime todos a abraçarem generosamente os ideais do Evangelho”.

"Que o exemplo desse Bispo de Roma, que alcançou o auge da santidade, encoraje todos a abraçarem generosamente os ideais do Evangelho", disse o Santo Padre durante a Audiência Geral da quarta-feira desta semana.

Não é a primeira vez que o Papa Francisco fala do legado que São Paulo VI deixou para a Igreja Católica.

Por exemplo, durante a Missa matutina na casa de Santa Marta, em 16 de abril, o Pontífice encorajou “a ser evangelizadores alegres” e recordou as palavras de São Paulo VI na Exortação Apostólica sobre a Evangelização Evangelii nuntiandi.

Nessa ocasião, o Santo Padre enfatizou a importância de ser "cristãos alegres" e indicou a importância dessa Exortação Apostólica papal publicada em 8 de dezembro de 1975.

"Veem-me à mente os últimos números, os últimos parágrafos da Exortação Evangelii nuntiandi de Paulo VI, quando fala dos cristãos alegres, dos evangelizadores alegres, e não daqueles que vivem sempre tristonhos”.

 

Nesta linha, o Santo Padre também assinalou, durante a homilia daquela Eucaristia, que a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 24, 25-48) é "uma de suas favoritas", por isso aproveitou a oportunidade para recordar a importância da alegria cristã que "não é estar feliz, positivo", mas "é a plenitude da presença do Senhor".

São Paulo VI

Giovanni Battista Montini foi canonizado pelo Papa Francisco em 14 de outubro de 2018, na Praça de São Pedro, junto com Dom Oscar Romero, Irmãs Nazaria Ignacia de Santa Teresa de Jesus March Mesa e María Caterina Kasper, os sacerdotes Francesco Spinelli e Vincenzo Roman e o leigo Nunzio Sulprizio.

 A biografia de São Paulo VI ainda possui muitos dados pouco conhecidos. Em um artigo publicado pelo jornal oficial da Santa Sé, L'Osservatore Romano, foram publicadas algumas de suas considerações epistolares.

Vários exemplos, desde considerações espirituais que o jovem sacerdote escreveu em 1922 a seu diretor espiritual, Pe. Paolo Caresana, ou inclusive, algumas frases de uma carta que escreveu a um amigo enquanto ainda era seminarista, oito dias antes de sua ordenação diaconal.

Nessas cartas pessoais, o jovem seminarista Montini contava quanto era importante para ele a oração do Magnificat pronunciada por Maria e que São Lucas descreve.

Nesse sentido, L'Osservatore Romano destaca que o amigo de Paulo VI, Jean Guitton, enfatizou que "ao ouvir o Santo Padre falar sobre o sacerdócio com tanta emoção", ele se perguntou se a oração do Magnificat poderia ser "seu segredo, sua própria substância. Já que o restante das coisas que o Papa fazia não eram mais que uma ‘expansão’ de sua vocação, de seu ser sacerdote”.

"São Paulo VI foi o primeiro Papa a escrever uma Exortação sobre a alegria cristã, Gaudete in Domino, em meados do Ano Santo de 1975", lê-se no artigo "ser sacerdote para ser santo", escrito em italiano, no qual o autor comenta que São Paulo VI "sempre confiará em sua íntima alegria pascal, que deve animar, sobretudo, a vida dos ministros de Deus, para difundir-se entre os homens".

Finalmente, esta nota de L'Osservatore Romano enfatiza que a aspiração de São Paulo VI foi a de "um ministério próximo aos homens de seu tempo" que "permanecerá constante em sua reflexão espiritual", como escreveu o próprio São Paulo VI em algumas anotações, "ele gostaria de ter uma vida sacerdotal como 'um vigário paroquial ou um pároco humilde, sábio’”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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