O Papa Francisco afirmou que os verdadeiros valores do esporte, como a unidade e a solidariedade, permitem enfrentar esse momento da pandemia de coronavírus, especialmente diante do difícil recomeço após a quarentena que foi imposta em muitos lugares para impedir o avanço da COVID-19.

Assim indicou o Santo Padre em uma audiência privada nesta quarta-feira, na qual recebeu uma pequena delegação de corredores que participariam, em 21 de maio, do evento organizado pela Athletica Vaticana intitulado "We Run Together" (Corremos juntos), que foi suspenso por causa da pandemia da COVID-19 e que também tinha um propósito solidário.

“Encorajo vocês, queridas amigas e amigos do esporte, a viverem cada vez mais sua paixão como uma experiência de unidade e solidariedade, os verdadeiros valores do esporte que são importantes para enfrentar esse momento de pandemia e, acima de tudo, o difícil recomeço. Com este espírito, encorajo vocês a correrem juntos a corrida da vida”, disse o Santo Padre na Biblioteca Apostólica Vaticana.

Na audiência estiveram presentes Membros da Athletica Vaticana, do grupo esportivo Fiamme Gialle da Guarda de Finança, do “Pátio dos Gentios”, uma estrutura do Pontifício Conselho da Cultura que promove o diálogo entre crentes e não crentes, e da Federação Italiana de Atletismo rápido FIDAL-Lazio.

A Sala de Imprensa do Vaticano informou que o Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do pontifício conselho, apresentou a iniciativa ao Papa, que depois dialogou brevemente com uma pequena atleta que tem uma doença neurodegenerativa.

Francisco destacou que no evento “os campeões olímpicos poderiam correr pela primeira vez com atletas paraolímpicos, atletas com deficiência mental, refugiados, migrantes e prisioneiros, que também seriam juízes de competição. Todos juntos e com igual dignidade”.

Isso, disse o Papa, é “um testemunho concreto de como o esporte deve ser, uma ponte que  une mulheres e homens de diferentes religiões e culturas, promovendo a inclusão, a amizade, a solidariedade, a educação", enfim, uma ponte de paz”.

Portanto, nesta quinta-feira "não se poderá correr com as pernas, mas sim com o coração", destacou o Pontífice.

O Papa destacou a alegria de dar, de "oferecer a beleza do esporte" e indicou que esta é uma "atitude humana e criativa. Já que as pessoas também oferecem suas próprias vidas como as mães e os pais fazem por seus filhos".

O Santo Padre também ressaltou que, como ocorre nas peregrinações do Caminho de Santiago, na Espanha, "há uma regra que diz é preciso andar no ritmo daquele que é mais frágil", algo que "devemos aprender como humanidade: seguir o ritmo das pessoas que têm outro ritmo ou, pelo menos, considerá-las ou integrá-las no nosso passo”.

O Papa Francisco também explicou que, no âmbito desta iniciativa da Athletica Vaticana, "muitos atletas disponibilizarão alguns objetos e experiências esportivas para uma iniciativa de caridade".

Toda renda será entregue ao pessoal de saúde dos hospitais Papa João XXIII, em Bergamo; e à Fundação Poliambulanza, em Brescia; lugares que se tornaram "símbolos da luta contra a pandemia que atingiu todo o planeta".

"É uma iniciativa para ajudar e agradecer aos enfermeiros, enfermeiras e pessoal hospitalar: Eles são heróis", destacou o Santo Padre.

Athletica Vaticana nasceu de forma espontânea do encontro de vários trabalhadores do Vaticano que treinavam nas primeiras horas da manhã e a quem a Secretaria de Estado deu uma forma jurídica.

Nesta equipe de corredores do Vaticano, há 18 nacionalidades presentes. O mais jovem é um Guarda Suíço de 19 anos e o mais velho tem 62 anos e é professor na Biblioteca Apostólica do Vaticano.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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