O presidente da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, exortou os consagrados a ser “sinal de esperança e confiança” frente ao coronavírus COVID-19

O Purpurado brasileiro enviou uma carta aos consagrados e consagradas, datada de 16 de março, na qual os convida a, diante da pandemia de coronavírus, dar “um sinal de esperança e confiança e, embora vivendo com ansiedade e apreensão estes dias, estejamos convencidos de que fazendo bem cada um a nossa parte, ajudamos a comunidade a sair da presente hora escura”.

A missiva assinala que “o Senhor está nos fazendo viver esta quaresma do ano de 2020 de uma maneira muito particular”, a qual “ninguém podia pensar ou imaginar”, mas que requer de todos “uma mudança decidida de estilo e de modo de vida”.

Normalmente, observa, este tempo quaresmal é vivido em preparação para as festas pascoais com “iniciativas de caridade e os momentos fortes de oração e reflexão”. Entretanto, “neste ano somos chamados a viver o tempo forte da fé, sempre com a mesma intensidade, mas de maneiras completamente diferentes”.

Neste contexto, afirma que “o testemunho mais eficaz que podemos dar é, em primeiro lugar, a obediência serena e convencida” ao que é estabelecido pelos governantes para proteger a saúde, “tanto em nível estatal como eclesial”.

Além disso, destaca como um “dever de caridade e da gratidão” intensificar a oração por aqueles que estão trabalhando para superas esta pandemia. Assim, pede que “todos aqueles que oferecem seu valioso trabalho por esta calamidade sejam objeto de nossa oração e do oferecimento de nossos sacrifícios”.

Na carta, o Cardeal Braz de Aviz dirige ainda o pensamento às “comunidade de contemplativas que querem ser sinal de oração constante e confiada por toda a humanidade” e também aos “muitos irmãos e irmãs mais velhos que acompanham todos os dias com sua oração o ministério e o apostolado dos que, ativamente, se gastam com todas as suas forças para chegar a cada irmão e irmã necessitados”.

“Nesses dias – solicita o Purpurado – com ainda maior ímpeto, intensifiquem este precioso e insubstituível apostolado de vocês, com a certeza de que o Senhor não tardará em nos escutar e em sua misericórdia infinita afastará um flagelo tão grave”.

Nesse sentido, exorta todos a que ofereçam “com alegria ao Senhor o grande sacrifício que comporta não participar na celebração eucarística”, referindo-se à suspensão da Missa em diversos locais como forma de prevenir a propagação do coronavírus. “Vivamos em comunhão com todos aqueles que cotidianamente não o podem fazer por falta de sacerdotes”, completa.

Outro pedido feito aos consagrados é para que, “aqueles que possam”, demonstrem “sinais concretos de proximidade” ao povo, segundo as orientações das autoridades. E, “em total fidelidade a nossos carismas, como em todas as épocas da história passada e recente, compartilhamos os sofrimentos, as ansiedades, os temores, com a confiança certa de que a resposta do Senhor não tardará chegar e logo poderemos cantar um solene Te Deum de ação de graças”.

O Purpurado se refere ainda à visita do Papa Francisco no último domingo à Basílica de Santa Maria Maior e à Igreja de São Marcelo, onde rezou diante da Virgem Salus Populi Romani e do Crucifixo que salvou Roma da peste, e assinala que com este gesto o Pontífice recorda “que os meios à nossa disposição para erradicar desgraças e calamidades são em nossos tempos, tão tecnológicos e avançados, os mesmos que nossos antepassados usaram”.

“Oração, sacrifício, penitência, jejum e caridade: armas poderosas para arrancar do Coração Eucarístico de Jesus a graça de uma cura total de uma doença tão insidiosa”, indica.

Por fim, o presidente da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica recorre à intercessão da Virgem Maria e convida todos a rezarem “pela manhã e pela noite” a seguinte oração recitada pelo Papa Francisco: “Tu, Salvação do povo, sabes do que precisamos e temos a certeza de que garantirás, como em Caná da Galileia, que a alegria e a celebração possam retornar após este momento de provação”.

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