Todas as Missas públicas em Hong Kong (China) e Singapura foram canceladas até 28 de fevereiro de 2020 devido à ameaça de propagação do coronavírus.

O Cardeal John Tong Hon, Administrador Apostólico e Bispo emérito de Hong Kong, anunciou em 13 de fevereiro que todas as Missas públicas de 15 a 28 de fevereiro seriam suspensas.

A Arquidiocese de Singapura, por sua vez, tomou uma decisão semelhante, suspendendo todas as Missas públicas de 15 de fevereiro até novo aviso.

Hong Kong é o lar de cerca de 500 mil católicos de uma população de mais de sete milhões de habitantes, enquanto em Singapura os católicos representam cerca de 300 mil dos 5,6 milhões de habitantes.

“A Igreja, como membro da sociedade, tem o dever de manter a higiene pública e promover o bem comum. Portanto, os párocos, o resto do clero paroquial e os fiéis devem cumprir estritamente”, disse Dom Tong, acrescentando que as medidas de acompanhamento serão anunciadas antes de 28 de fevereiro.

O Prelado incentivou os fiéis a assistirem a Missa dominical on-line, fazer uma comunhão espiritual, refletir sobre o texto litúrgico dominical, ler a Bíblia ou rezar o Terço todos os domingos.

Também sugeriu que os fiéis assistissem às Missas diárias on-line ou realizassem devoções quaresmais ou exercícios espirituais, como o Terço, o Ângelus e a oração diária.

"As igrejas paroquiais e capelas afiliadas devem permanecer abertas aos fiéis para orações pessoais e visitas ao Santíssimo Sacramento", disse Dom Tong.

"As paróquias também podem organizar a exposição do Santíssimo Sacramento diariamente ou em dias específicos, para que os fiéis possam participar individualmente e rezar para que as infecções por coronavírus sejam contidas o mais rápido possível", acrescentou.

Dom Tong disse que todas as outras atividades, exceto matrimônios e funerais, também serão suspensas.

O Arcebispo de Singapura, Dom William Goh Seng Chye, escreveu em uma carta pastoral de 14 de fevereiro que "o cancelamento de Missas não significa que os católicos possam se desculpar de cumprir a obrigação de santificar o Dia do Senhor".

"Deveriam tentar acompanhar a transmissão da Missa no YouTube ou na CatholicSG Radio", disse. Além disso, pediu que as pessoas revisem o site arquidiocesano para saberem o horário da transmissão.

“A transmissão da Missa ajudará a receber o Senhor espiritualmente. Também podem se reunir em família para a Liturgia da Palavra, passando um tempo em oração, lendo a Palavra de Deus da Liturgia dominical e intercedendo pelo mundo no sentido de que esse vírus COVID-19 seja contido e erradicado. Inclusive, se não podem se reunir como família para adorar, devem passar, individualmente, pelo menos meia hora em silêncio para rezar e especialmente ler a Palavra de Deus”, afirmou.

Originária de Wuhan, na província chinesa de Hubei, o novo tipo do coronavírus pode causar febre, tosse e falta de ar. Em alguns casos, pode causar pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave.

Até 13 de fevereiro, autoridades em todo o mundo diagnosticaram mais de 63 mil casos de COVID-19 e mais de 1.300 pessoas morreram. A maioria dos casos informados está na China, mas se espalhou para mais de duas dezenas de países em todo o mundo.

Em Hong Kong, há pelo menos 50 casos da doença e uma morte informada. Na sexta-feira, Singapura registrou 67 casos confirmados de COVID-19, informa o TodayOnline, com 17 pessoas que receberam alta do hospital e seis que estão na unidade de terapia intensiva.

Vários países, incluindo a Itália, suspenderam voos de Hong Kong, que tem uma fronteira aberta com a China continental.

Na semana passada, Hong Kong emitiu uma quarentena obrigatória de 14 dias para qualquer pessoa que ingresse a partir da China Continental, informou National Public Radio. A cidade estabeleceu uma grande quantidade de acampamentos de quarentena para isolar as vítimas, muitas em áreas residenciais, o que gerou protestos.

Segundo informou The New York Times, cerca de sete mil trabalhadores médicos em Hong Kong entraram em greve, exigindo que a cidade feche completamente a fronteira com o continente.

As escolas em Hong Kong permanecem fechadas até 16 de março e o governo deu a seus 176 mil funcionários a opção de trabalhar em casa até 23 de fevereiro.

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Em 27 de janeiro, o Vaticano enviou entre 600mil e 700 mil máscaras faciais para três províncias da China, segundo Global Times. O Papa Francisco rezou pelas pessoas infectadas com o coronavírus durante sua oração dominical do Ângelus, em 26 de janeiro.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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