Várias críticas surgiram nas redes sociais após o lançamento do novo videoclipe de Ricky Martin intitulado “Tiburones” (Tubarões), que mostra uma mulher usando em seu pescoço o lenço verde característico da campanha internacional pelo “aborto legal, seguro e gratuito”.

“Eu sempre quis o direito da mulher de fazer o que ele quiser com seu corpo. Sempre vou defender isso”, disse Ricky Martin em uma entrevista a The Associated Press (AP).

Segundo a agência de notícias, o videoclipe lançado no dia 24 de janeiro é inspirado na “agitação política” que ocorre na terra natal de Ricky Martin, Porto Rico, um estado não incorporado dos Estados Unidos. Além disso, disse que se inspira na “luta do povo para se recuperar do furacão Maria e do recente terremoto de magnitude 6,4 graus”.

No vídeo, pode-se observar uma atriz usando o lenço verde em frente a um grupo de policiais.

Através do Twitter, vários usuários pró-vida, e inclusive defensores do aborto, criticaram a inclusão do lenço verde no videoclipe.

“Lutam pelos falsos direitos das mulheres aqueles que usam seus ventres para ter filhos que satisfaçam seus desejos egoístas pessoais”, disse um usuário da rede social, referindo-se aos quatro filhos do artista, que também contraiu um casamento gay com o pintor Jwan Yosef, em 2018.

A usuária Lucila Linares comentou: “Que tristeza que em um vídeo que insinua a paz se promova a maior violência, a violência do aborto. A favor da vida, sempre!”.

O apresentador de rádio argentino Nicolas Petroni declarou publicamente que, depois de saber que Ricky Martin é a favor do aborto, não escutará mais suas músicas, tampouco tocará na rádio.

Uma docente pró-vida chamada Débora Lazarte comentou ao artista: “Se quer um mundo em paz, sem guerra, comece por não apoiar o aborto e comece a defender o mais indefeso: o nascituro. Defender a vida de quem não pode fazê-lo requer coragem, é como nadar onde há tubarões”.

Além disso, de dezenas de comentários de pró-vidas, outros usuários partidários do aborto criticaram Ricky Martin. A usuária Bechy Page, por exemplo, recordou que o cantor é “pai por barriga de aluguel” e, portanto, “utiliza uma prática na qual faz a mulher assinar um contrato no qual o aborto é decidido pelo contratante, não pela mulher grávida”.

“Quando falamos de direito de decidir, este não se delega, deve ser nosso, sempre”, criticou a abortista.

Outra ativista feminista comentou: “Ricky Martin tem um vídeo no qual mostra a luta pelo aborto legal? O mesmo que contratou barrigas de aluguel? Meninas, não deixemos que a indústria agarre nossas lutas. Se não é interseccional, não é”.

Outra mulher, desta vez católica, reclamou a Ricky Martin que ele “usa” as mulheres para que o façam sentir “pai”, mas “depois promove o aborto”.

“A mulher e seus bebês têm dignidade intrínseca, sem importar o que opinem suas ridículas ideologias antimulheres, ‘delete’ Ricky Martin”, afirmou.

Segundo Esther Pineda G, uma escritora feminista venezuelana, o que Ricky Martin faz é “tentar distrair a atenção das críticas que foram dirigidas a ele por explorar mulheres reprodutivamente e comprar crianças, incorporando uma mulher com lenço verde pelo direito ao aborto em seu último vídeo”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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