O ano de 2019 deixou numerosos marcos para o Pontificado do Papa Francisco: importantes documentos magisteriais, a canonização do Cardeal Newman e da Irmã Dulce, a criação de novos cardeais, o Sínodo sobre a Amazônia, o encontro sobre a proteção de menores e várias viagens internacionais.

Neste ano, o trabalho do Conselho dos Cardeais para a reforma da Cúria Romana continuou com a elaboração do esboço da Constituição Apostólica que, com o título provisório de Praedicate evangelium, estabelecerá a nova estrutura da Cúria.

Nesse contexto, reformou-se recentemente a figura do Decano do Colégio Cardinalício e foi aceita a renúncia do Cardeal Sodano, que ocupava este cargo desde 2005. Com a nova reforma estabelecida pelo Santo Padre por meio de um Motu Proprio, o Decano permanecerá no cargo por um período de cinco anos renovável.

Além disso, no âmbito da reforma das estruturas do Vaticano, foi aprovado um novo Estatuto do Instituto de Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco Vaticano, para garantir que as contas do Vaticano estejam ajustadas aos padrões internacionais de transparência.

Dentro do âmbito econômico, destaca-se a nomeação do sacerdote jesuíta Pe. Juan Antonio Guerrero Alves como Prefeito da Secretaria de Economia em substituição ao Cardeal Pell, condenado na Austrália por abusos de menores, condenação que está pendente do último recurso apresentado pelo Cardeal.

Outra importante nomeação é a do Cardeal Luis Antonio Tagle como novo Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.

Em fevereiro de 2019, o Vaticano sediou o encontro dos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo e de outros responsáveis ​​da Igreja, sobre a proteção de menores e a prevenção de abusos.

Fruto deste encontro foi o Motu proprio Vos estis lux mundo, no qual o Papa Francisco estabeleceu os novos procedimentos a serem seguidos em casos de abuso por membros do clero e outros responsáveis da Igreja.

Em outubro de 2019, realizou-se no Vaticano o Sínodo sobre a Amazônia, no qual foram exploradas novas vias para o anúncio do Evangelho nesta região, bem como o papel da Igreja na defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos nativos.

Entre os documentos aprovados pelo Pontífice, cabe destacar a Carta Apostólica Aperuit illis, de 30 de setembro, através da qual o Papa estabeleceu o domingo da Palavra de Deus que será celebrado no III Domingo do Tempo Comum, um dia “dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus”.

Também a Carta Apostólica Admirabile signum, assinada em 1º de dezembro, que incentiva a revitalizar a tradição cristã de montar o presépio no Natal.

Outro documento importante é o Motu proprio, pelo qual o nome do Arquivo Secreto do Vaticano foi alterado para Arquivo Apostólico do Vaticano. Também o Motu proprio Communis vita, de 19 de março, que modificou algumas normas do Código de Direito Canônico. No total, ao longo deste ano de 2019, o Papa Francisco assinou 9 Motu proprio.

Fruto do Sínodo sobre os jovens realizado em outubro de 2018, o Papa escreveu a Exortação Apostólica Christus vivit, de 25 de março de 2019, um chamado para libertar a Igreja de tudo o que deseja “envelhecê-la, ancorá-la ao passado, travá-la, torná-la imóvel” e, ao mesmo tempo, libertá-la da tentação de “acreditar que é jovem porque cede a tudo o que o mundo lhe oferece, acreditar que se renova porque esconde a sua mensagem e mimetiza-se com os outros”.

Nessa exortação, o Papa lembra que a Igreja é jovem "quando é ela mesma".

Ao longo deste ano de 2019, o Papa Francisco fez importantes viagens internacionais: de 23 a 28 de janeiro, esteve no Panamá para presidir a Jornada Mundial da Juventude. De 3 a 5 de fevereiro, viajou para os Emirados Árabes Unidos. De 30 a 31 de março, viajou para o Marrocos.

De 5 a 7 de maio, o Santo Padre foi à Bulgária e à Macedônia do Norte. De 31 de maio a 2 de junho, visitou a Romênia. De 4 a 10 de setembro, esteve em Moçambique, Madagascar e Maurício. Finalmente, de 19 a 26 de novembro, viajou para Tailândia e Japão.

Durante sua estadia nos Emirados Árabes Unidos, assinou, junto com o Grão-Imã de Al Azhar, a principal autoridade religiosa do mundo islâmico sunita, o documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum.

Em 5 de outubro, o Papa realizou o Consistório Público Ordinário, pelo qual foram criados 13 novos Cardeais. Em 13 de outubro, o Pontífice presidiu a Santa Missa de canonização do Cardeal John Henry Newman, da Irmã Dulce dos Pobres e de outros 3 santos.

Além disso, o Papa Francisco presidiu 41 audiências gerais neste ano, 56 Ângelus e Regina Coeli, pronunciou 62 homilias em celebrações públicas (sem contar as Missas celebradas na Casa Santa Marta), publicou 61 mensagens e fez 259 discursos oficiais.

Alguns dos temas mais tratados pelo Papa Francisco nessas intervenções foram a defesa dos cristãos perseguidos, a defesa da família, a proteção do meio ambiente, a acolhida de refugiados e migrantes, a solidariedade com os marginalizados, a defesa da vida, a defesa da ordem sacerdotal ou a necessidade de ter consciência das próprias raízes.

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