O Papa Francisco já se encontra no Japão depois que o avião que o levou de Bangkok, Tailândia, aterrissou no aeroporto de Tóquio-Haneda às 17h40, hora local do Japão, deste sábado, 23 de novembro.

No aeroporto, esperavam o Pontífice o Núncio Apostólico no Japão, Dom Joseph Chennoth, e o embaixador do Japão junto à Santa Sé.

Em seguida, o vice-primeiro-ministro do Japão, também presente na pista do aeroporto da capital japonesa, aproximou-se para cumprimentar o Papa. Ao lado dele, duas crianças vestidas com roupas tradicionais ofereceram flores ao Pontífice.

Após as saudações protocolares entre as duas delegações, japonesa e vaticana, o vice-primeiro-ministro acompanhou o Santo Padre à sala VIP do aeroporto, para realizar um encontro privado.

Após esse encontro, o Papa seguiu para a Nunciatura Apostólica em Tóquio antes de iniciar sua agenda oficial no Japão.

A viagem apostólica do Papa Francisco ao Japão ocorrerá até a próxima terça-feira, 26 de novembro. Em sua agenda, está prevista a visita às cidades de Hiroshima e Nagasaki, as quais sofreram o ataque com bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial.

Além disso, outro momento de especial significado será o encontro com as vítimas do chamado "Triplo Desastre", o terremoto de magnitude 9 que causou um tsunami e a explosão de três reatores na usina nuclear de Fukushima.

A Igreja no Japão

O cristianismo chegou ao Japão no século XVI com a obra evangelizadora de São Francisco Xavier, que chegou à ilha em 15 de agosto de 1549, junto com jesuítas, franciscanos, dominicanos e agostinianos.

Em 60 anos, os missionários conseguiram construir uma rica comunidade cristã centrada na fé, com fortes raízes na cultura local. A comunidade católica alcançou mais de 300 mil fiéis e teve seu centro na cidade de Nagasaki.

No século XVII, começaram as perseguições. Em 1597, 26 mártires cristãos foram crucificados. Privados do clero e das igrejas, e apesar dos massacres, alguns cristãos japoneses conseguiram sobreviver transmitindo a fé em segredo de geração em geração. Era a época dos "kakure kirishitan", ou dos cristãos escondidos.

Sua existência foi mantida em segredo inclusive para o resto a Igreja até sua "descoberta" em meados do século XIX, quando o país foi aberto novamente ao resto do mundo e foi permitida a entrada dos missionários.

Os séculos XIX e XX são os do renascimento da Igreja no Japão. Em 1862, foram canonizados os 26 mártires cristãos de 1597. Os missionários jesuítas, franciscanos e dominicanos retornaram e somaram-se também os salesianos. Nessa época, foram erigidas as dioceses de Nagasaki e Osaka e a Arquidiocese de Tóquio.

Em 1942, estabelecem-se as relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Japão, embora o processo tenha sido interrompido devido à Segunda Guerra Mundial. As relações diplomáticas foram penosamente restauradas em 1966 com a instituição de uma nunciatura apostólica.

Apesar da liberdade religiosa, o cristianismo no Japão ainda é percebido como uma religião estrangeira e seu número de fiéis é pequeno.

Com uma população de mais de 126 milhões de habitantes, os católicos são 536 mil, 0,42% da população. 79% da população é xintoísta e 66% budista.

A Igreja possui 16 circunscrições eclesiásticas, 859 paróquias, 102 centros pastorais de diferentes tipos, 29 bispos, 511 sacerdotes diocesanos, 896 sacerdotes religiosos, 29 diáconos permanentes, 173 religiosos não sacerdotes, 4.976 religiosas, 174 membros de institutos seculares, 5 missionários leigos, 1.307 catequistas e 80 seminaristas.

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