A visita de três dias do Papa Francisco ao Japão em novembro incluirá uma reunião com as pessoas afetadas pelo "triplo desastre" que o país sofreu em 2011, quando ocorreu um terremoto, um tsunami e o colapso na usina nuclear de Fukushima.

Estima-se que 19 mil pessoas morreram e 150 mil foram deslocadas pelo tsunami de 11 de março de 2011, causado por um terremoto de magnitude 9 na costa do Japão. Esses desastres danificaram a usina nuclear de Fukushima, uma catástrofe considerada a pior desde Chernobyl, em 1986.

Devido a essas tragédias, cerca de 150 mil pessoas foram deslocadas em evacuações obrigatórias. Muitas delas não voltaram para suas casas.

A reunião do Papa Francisco com as vítimas será no dia 25 de novembro, no centro de eventos Bellesalle Hanzomon, em Tóquio.

Seguindo os passos do Papa São João Paulo II, que viajou para o Japão em 1981, Francisco também fará paradas em Hiroshima e Nagasaki, com o lema "Proteger cada vida".

O Santo Padre entregará uma mensagem de paz no Monumento da Paz de Hiroshima e fará um discurso sobre armas nucleares no Parque do Hipocentro da Bomba Atômica em Nagasaki.

Segundo o Cardeal Pietro Parolin, secretário do Estado do Vaticano, o tema central da viagem papal ao Japão será um chamado ao desarmamento nuclear.

“Acredito que no Japão, o Santo Padre insistirá, acima de tudo, no tema do desarmamento. Esse apelo insistente é para levar o desarmamento a sério. Porque hoje corremos um perigo muito real, estamos em perigo porque a tendência em curso é rearmar-se”, disse o Cardeal Parolin aos jornalistas, em 29 de outubro.

Outro momento significativo da viagem papal será uma visita ao local de execução dos 26 mártires do Japão, que foram assassinados por sua fé mediante crucificação em 1597, em Nagasaki.

O Papa Francisco prestará seus respeitos aos mártires no monumento construído em homenagem a eles no monte Nishizaka.

Os católicos representam menos de 0,5% da população no Japão. O cristianismo foi introduzido pela primeira vez no país no século XVI por missionários católicos, especialmente São Francisco Xavier. Nos anos que se seguiram, os católicos no Japão sofreram ondas de perseguição feroz.

Em Tóquio, o Papa Francisco também celebrará uma Missa no Domo de Tóquio e se encontrará com jovens na Catedral de Santa Maria da capital.

No dia 26 de novembro, último dia da viagem, visitará a Universidade de Sophia, dirigida pelos jesuítas.

Antes de chegar ao Japão, o Papa Francisco passará três dias em Bangkok (Tailândia), onde encontrará o rei Maha Vajiralongkorn no Palácio Real de Amphorn.

Na Tailândia, o Papa também terá várias reuniões inter-religiosas: uma com líderes cristãos e outros líderes religiosos; e outra com o Patriarca Supremo da Tailândia, que é o líder da ordem dos monges budistas no país.

Também celebrará a Missa no Estádio Nacional e na Catedral da Assunção.

A visita do Papa à Tailândia é para comemorar o 350º aniversário da Missão do Vaticano a Siam em 1669.

A pequena comunidade católica na Tailândia, menos de 0,5% de uma população majoritariamente budista, celebrou seu aniversário durante todo o ano de 2019.

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