A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) concedeu uma entrevista a Vatican News em português na última quinta-feira, 31 de outubro, após participar de uma audiência com o Papa Francisco, e comentou sobre a participação no Sínodo da Amazônia.

O presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, o primeiro vice-presidente, Dom Jaime Spengler, o segundo vice-presidente, Dom Mário Antônio da Silva, e o secretário-geral, Dom Joel Portella Amado, tiveram uma audiência com o Papa Francisco em 31 de outubro, após uma visita de três dias a Dicastérios e Congregações do Vaticano.

“O encontro com o Santo Padre é um encontro da mais alta importância. Tivemos a oportunidade de falar a ele de nossa adesão e de nossa alegria de estarmos juntos nesse caminho que a Igreja procura agora percorrer como novas respostas, fortalecendo nosso coração e nossa missão. Portanto, é um momento de muita alegria. Quero compartilhar que o Santo Padre é um homem de Deus, aberto, próximo, simples”, expressou Dom Walmor.

Segundo ele, “esse encontro teve, de fato, uma singularidade porque oportunizou a nós, como presidência, colocar no coração do Santo Padre o caminho de nossa Igreja, nossas preocupações, os desafios que enfrentamos, mas ao mesmo tempo as esperanças que temos. E, ao mesmo tempo, ouvir dele. Ao ouvi-lo nosso caminho se torna também mais fortalecido”.

Por sua vez, Dom Jaime Spengler ressaltou que o Papa Francisco conhece a realidade do Brasil, “está acompanhando muito de perto, com muita atenção e muito interesse o dia a dia de nosso povo, da nossa gente e, diria, da nossa Igreja, sobretudo”.

Nesse sentido, Dom Joel Portella ressaltou “a tranquilidade interior do Santo Padre”. “Ele, que conhece a realidade do Brasil e do mundo, é um homem tranquilo, com uma tranquilidade que brota do Evangelho e leva ao Evangelho”.

Em seguida, Dom Walmor acrescentou que “o Papa está ótimo”, o que é “um exemplo e nos faz perguntar: de onde vem esta fonte? Certamente, de uma intimidade profunda com Deus que todos nós temos que cultivar”.

Em relação ao Sínodo da Amazônia, ocorrido entre 6 e 27 de outubro, do qual participaram como padres sinodais Dom Walmor e Dom Mário Antônio, este último assinalou que foi um momento para “reflexão, complementação, para aprofundamento e de muita oração”.

“A dinâmica e a metodologia do Sínodo é feita de intervenções, falas, mas também de reflexão e oração. E aquilo que concluímos no documento final e entregamos ao Papa foi fruto de discussões, debates, opiniões, de consenso. Mas é inegável que foi fruto de oração, inclusive de quem nos acompanhou no Brasil e no mundo”, disse.

Por sua vez, Dom Walmor Oliveira disse considerar “a experiência do Sínodo exatamente a oportunidade do diálogo, da escuta, da partilha e do ato de nos debruçarmos sobre a realidade da Amazônia em si, o que nos ensina muito para todo canto do mundo e do Brasil”.

De acordo com ele, “aquilo que está no horizonte é um grande convite, forte e permanente, à conversão, seja pastoral, ecológica, cultural, sinodal, esse é o caminho”.

O presidente da CNBB destacou ainda a importância da “comunhão”, que não é “simplesmente pelas nossas afinidades ou pelo modo de pensar igual. Mas é uma comunhão que se funda exatamente na Trindade, no Pai, no filho e no Espírito Santo, e constitui a base do caminho espiritual e de vida de todos nós”.

“Um Sínodo é esta experiência de colocações e perspectivas, às vezes diferentes, na busca de novos caminhos que foi e continua sendo uma experiência muito bonita, porque quem conduz a Igreja é o Espírito Santo”, completou.

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