O Papa Francisco criticou duramente as “elites católicas” em seu discurso final que pronunciou ao concluir os trabalhos do Sínodo da Amazônia.

“Sempre há um grupo de cristãos de elite que gosta de mostrar-se como universal neste tipo de diagnósticos, porém são pequeninos, ou em um determinado tipo de resoluções mais disciplinar intereclesiásticas, não digo intercolegiais mas intereclesiásticas, e aparentar que o mundo inteiro ganhou tal seção, ganhou tal outra (sic)”, estas foram as palavras do Papa na Aula Sinodal na tarde desse 26 de outubro.

“Não! Todos saímos ganhando com os diagnósticos que fizemos e até onde chegamos nas questões pastorais e interclesiásticas, mas que devemos ficar nisso”, prosseguiu.

“Pensando hoje nestas elites católicas, e cristãs às vezes, mas sobre tudo nos católicos que querem ficar nas coisas pequenas e se esquecem das grandes, lembrei-me de uma frase de (Charles) Péguy e fui procura-la, eu tento traduzi-la adequadamente e acredito que pode nos ajudar a descrever estes grupos que querem ficar nas coisinhas e se esquecem da coisa em si: ‘Porque não têm a coragem de estar com o mundo, eles acreditam estar com Deus. Porque não têm a coragem de comprometer-se nas opções do homem, nas opções de vida do homem, acreditam lutar por Deus. Porque não amam ninguém, acreditam ser amados por Deus’”, disse o Santo Padre. A Sala sinodal respondeu a esta frase com um longo aplauso.

O texto que citou, disse o Papa Francisco, “iluminou-me muito... Não se deve cair prisioneiros destes grupos seletivos que depois do Sínodo vão querer ver o que se decidiu sobre este ponto intereclesiástico específico ou sobre aquele outro e vão terminar negando o corpo do Sínodo como um todo, que são os diagnósticos que fizemos nas quatro dimensões”.

Em diversas entrevistas e ocasiões mais espontâneas, o Papa Francisco já criticou as variadas formas de católicos de “elite”, mas é a primeira vez que o faz formalmente, perante uma assembleia de bispos.

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