Dom Medardo de Jesús Henao del Río, Vigário Apostólico de Mitú (Colômbia), participou nesta quinta-feira da coletiva de imprensa da Sala Stampa do Vaticano e disse que "não podemos sacralizar tudo o que é indígena, nem demonizá-lo".

O Bispo incentivou a tomar os elementos, situações e celebrações indígenas “que têm, o que Santo Irineu diria, sementes do verbo e sementes de Deus” e incentivou a estudar os mitos das comunidades indígenas, para saber o que significam seus rituais e como aceitá-los; e apresentou a figura do diácono como a do “servidor da comunidade”.

Explicou que recentemente ordenou um diácono indígena pelos ritos romano e indígena e destacou que realizou o rito da ordenação diaconal "até o momento de entregar o Evangelho".

Depois, os líderes indígenas da comunidade “lhe colocaram uma coroa como um sinal do homem que adquire sabedoria dentro da comunidade e que vai guiá-la. Isso não é nenhuma oração, é um distintivo”.

“A comunidade o acolhe e diz: 'você vai nos ajudar' (...). Não é uma mistura, é assimilar certos valores que a comunidade indígena tem em comum com o valor cristão”, afirmou Dom del Río.

Também lembrou as palavras do Papa Francisco, nas quais assegurava que os diáconos "não deveriam servir em uma liturgia ao lado do bispo ou do sacerdote", e enfatizou que é "um ministério que tem muita harmonia com toda a tradição indígena”.

O Vigário Apostólico de Mitú mostrou a possibilidade de introduzir alguns ritos dos indígenas da Amazônia, como o chamado 'rabí curí' que realizam quando uma comunidade tem abundância de alimentos e compartilha com outra.

“Dentro da Eucaristia se passa recolhendo a oferta. Aqui, eles mesmos se aproximam ao altar, fazem sua dança ao redor e colocam as ofertas ali, seus produtos. São ritos, situações dentro da celebração que para eles está compaginada à cultura e vivência cristã”.

"Não vou dizer que colhemos tudo o que é indígena para assimilar ao cristão, mas os elementos, as situações e as celebrações que têm, o que Santo Irineu diria, sementes do verbo e sementes de Deus", assegurou o Prelado.

Também enfatizou que primeiro se celebrava a Eucaristia em latim e depois em espanhol, mas agora se está buscando “fazer as traduções para poder falar em sua língua, os cantos em sua língua”.

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