O Papa Francisco recebeu "com dor" a notícia do falecimento do Cardeal Roger Etchegaray, a quem qualificou como "homem de diálogo e de paz".

Assim indicou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em um comunicado oficial aos jornalistas credenciados junto ao Vaticano.

O Santo Padre está nesta quinta-feira, 5 de setembro, na capital de Moçambique depois de ter desembarcado de uma longa viagem de Roma a Maputo que durou dez horas e meia.

Neste sentido, Matteo Bruni assinalou que o Papa Francisco recebeu “com dor”, nesta manhã, a notícia da morte do Cardeal Roger Etchegaray, que faleceu na tarde de 4 de setembro.

Portanto, “durante a Santa Missa, celebrada na Nunciatura Apostólica de Maputo, em Moçambique, o Papa recordou o Cardeal francês, homem de diálogo e de paz, e com ele o Cardeal José de Jesús Pimiento Rodríguez, falecido em 3 de setembro".

O Cardeal Roger Etchegaray foi um colaborador próximo do Papa João Paulo II e morreu na tarde de 4 de setembro, aos 96 anos.

Além disso, o Papa Francisco também enviou um telegrama com suas condolências a Dom Marc Aillet, Bispo de Bayonne (França), no qual assegurou que o Cardeal Etchegaray "marcou profundamente a vida da Igreja na França e da Igreja universal".

Também recordou os muitos lugares onde o Cardeal Etchegaray serviu à Igreja: “De Bayonne, que era sua diocese de origem, a Marselha, onde foi Arcebispo, foi um pastor zeloso e amado pelo povo ao qual havia sido chamado para servir. Nomeado em Roma por São João Paulo II para liderar os Pontifícios Conselhos de Justiça e Paz e Cor Unum e mais tarde como vice-decano do Colégio dos Cardeais, era um conselheiro muito respeitado, particularmente nas delicadas situações que enfrentou na vida da Igreja em várias partes do mundo".

“Recordo-o como um homem de profunda fé sempre com o olhar  dirigido aos extremos confins da terra, sempre atento quando se tratava de anunciar o Evangelho aos homens de hoje. Que o Senhor receba seu servo em sua paz e na alegria que nunca acaba!”, afirmou o Papa Francisco no telegrama.

Dados biográficos

O Purpurado nasceu em 25 de setembro de 1922, em Espelette, na Diocese de Bayonne (França).

Estudou no Seminário de Ustaritz, em Bayonne; no Seminário Maior, também em Bayonne; e na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde se formou em Teologia e fez doutorado em Direito Canônico.

Foi ordenado sacerdote em 1947 e incardinado na Diocese de Bayonne.

Em 1961, começou a trabalhar na Conferência Episcopal Francesa, da qual foi secretário-geral entre 1966 e 1970.

São Paulo VI o nomeou, em 1969, como Bispo titular de Gemelle de Numidia e Auxiliar da Arquidiocese de Paris.

Em 22 de dezembro de 1970, foi nomeado Arcebispo de Marselha e, em 1975, foi eleito presidente do Episcopado.

São João Paulo II o criou cardeal em 1979 e, em 8 de abril de 1984, foi nomeado presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz e presidente do Pontifício Conselho Cor Unum. Manteve o segundo cargo até 1995 e o primeiro até 1998, quando renunciou devido ao limite de idade.

Em outubro de 1992, participou da IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Santo Domingo (República Dominicana).

Além disso, o Cardeal Etchegaray foi diplomata da Santa Sé durante o Pontificado de São João Paulo II em várias missões diplomáticas, como uma missão de paz especial em Jerusalém, entre maio de 2002 ou em 2003, para tentar evitar a Segunda Guerra do Golfo. Do mesmo modo, foi o artífice da visita do Papa polonês a Cuba, em 1998.

Em 2005, Bento XVI aprovou sua eleição como vice-decano do Colégio Cardenalício. O Papa Francisco aceitou seu pedido de dispensa em junho de 2017.

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Após a morte na Colômbia do Cardeal José de Jesús Pimiento, ocorrida em 3 de setembro, o Cardeal Etchegaray era o purpurado mais idoso da Igreja.

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