Seis anos após o desaparecimento na Síria do sacerdote italiano Paolo Dall'Oglio, seus familiares e amigos próximos se reuniram para pedir orações por este país que continua em guerra e para reiterar que não perderam a esperança de voltar a encontrar o missionário, o qual teria sido sequestrado por fundamentalistas islâmicos.

Em uma recente reunião com jornalistas estrangeiros da Itália, na qual o Grupo ACI esteve presente, três dos irmãos do sacerdote jesuíta conversaram “de coração aberto” sobre o legado do missionário e confiaram que ainda têm esperança de que ele seja libertado.

Foi o caso de Immacolata Dall'Oglio, que apontou que "a esperança está viva porque estamos cheios de esperança, mesmo levando em consideração o que possa ter acontecido”. Por isso, a irmã do missionário desaparecido na cidade síria de Raqqa disse que precisam de “mais informação e de justiça”, porque estão convencidos de que o “destino de Paolo já não depende de nós, mas depende de Outro, com letra maiúscula”.

Além disso, disse que certamente o missionário teria desejado que nessa iniciativa "ele fosse recordado para fazer um apelo à responsabilidade de todos visando fechar esta página triste da história internacional que é a guerra na Síria”.

Por sua vez, seu irmão Giovanni recordou a importante marca que o padre jesuíta deixou em sua vida e descreveu que sua missão na Síria foi "um instrumento de comunicação e uma ponte".

Papa se encontra com os familiares

Além disso, Francesca, outra irmã do missionário desaparecido, lembrou as ocasiões nas quais a família Dall'Oglio se encontrou com o Papa Francisco, no Vaticano. A última vez foi dois dias antes de sua viagem a Abu Dhabi, quando os recebeu, em 30 de janeiro, de maneira privada na Casa Santa Marta.

Quatro irmãs, um irmão e a mãe idosa do missionário participaram deste encontro com o Pontífice.

"Escutar o Santo Padre e poder vê-lo é uma riqueza enorme e uma sorte, porque há muitas pessoas que gostariam de sentir essa proximidade", afirmou Francesca Dall'Oglio.

Na ocasião, o então diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, afirmou que a audiência representou "um gesto de carinho e proximidade do Papa para com a mãe e os cinco irmãos do sacerdote jesuíta sequestrado na Síria em 29 de julho de 2013".

Pe. Dall'Oglio é conhecido por seu compromisso com o diálogo inter-religioso e por refundar na Síria a comunidade monástica católica síria Mar Musa nos anos 1980.

Foi expulso da Síria com um decreto em 12 de junho de 2012, mudou-se por um breve período a Sulaymany, na região do Curdistão iraquiano, onde foi recebido pela nova fundação monástica de Deir Maryam al Adhra.

Depois de voltar para a Síria para realizar tratados de libertação de um grupo em Raqqa, Pe. Dall'Oglio desapareceu em 29 de julho de 2013 e, desde então, não há notícias sobre ele.

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